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Gabriel Villela acerta na recriação da tragédia ‘Hécuba’

Com devoção e personalidade, diretor é fiel às raízes gregas

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 17h35 - Publicado em 25 nov 2011, 20h40

Depois de “Sua Incelença, Ricardo III”, com a companhia potiguar Clowns de Shakespeare, e “Crônica da Casa Assassinada”, que trazia Xuxa Lopes à frente do elenco, o diretor Gabriel Villela fecha 2011, um ano de intensa atividade, fazendo sua primeira incursão por uma tragédia grega. Guiado pela devoção aos mentores do teatro, ele adapta “Hécuba”, peça escrita por Eurípides em 424 a.C. A atemporalidade dos temas — a disputa de poder e o sofrimento materno — surge devidamente tratada com sua reconhecida criatividade e também cercada de uma fidelidade ao gênero trágico que acaba por controlar a ansiedade artística do diretor. Desta vez, as simbologias são extraídas dos detalhes, e as referências convivem em harmonia com a dramaturgia.

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Personificada de forma extremamente rigorosa pela atriz Walderez de Barros, a protagonista apoia-se na força da palavra e na economia dos gestos. Após a queda de Troia, conquistada e destruída pelos gregos, é exigido o sacrifício de Polixena (papel de Nábia Vilela), a filha da rainha Hécuba, pelas mãos de Odisseu (o ator Flávio Tolezani). A descoberta de que seu outro filho (Luiz Araújo) também foi morto leva a mulher a vingar-se do rei Poliméstor (o ator Fernando Neves). Gabriel Villela mostra-se hábil em sua leitura, principalmente a social. Os figurinos coloridos do coro (representantes do povo) contrastam com o luto e a maquiagem branca da soberana. Seus rostos, porém, são escondidos por máscaras e não permitem a identificação dos oito atores.

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Em duas décadas, Villela sempre demonstrou afinidade com o universo trágico e, surpreendentemente, esperou a maturidade cênica e poética para mergulhar em um original. Fez isso com uma mão respeitosa e sem perder a personalidade, na hora certa.

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