Internos da Fundação Casa de Santos fogem de barco
Jovens renderam funcionários e trocaram tiros com policiais militares
Quarenta e dois internos da Fundação Casa de Santos, no litoral paulista, realizaram uma fuga em massa na noite desta segunda-feira (12). O centro socioeducativo atendia 64 jovens e o número de fugitivos representa mais da metade dos detidos. Até o momento, nenhum deles foi recapturado. Desde agosto, já foram registradas oito fugas totalizando 212 adolescentes. Destes, foram recapturados 58 interneos.
+ Problemas na Fundação Casa permitiram a fuga de 117 menores em oito dias
A fuga aconteceu por volta das 21h30. Os menores teriam rendido funcionários, trocado tiros com policiais militares e escapado de barco para uma comunidade da região. Desde a fuga, a PM faz buscas pela área mas ainda não conseguiu localizar nenhum dos adolescentes. A Fundação Casa não confirma se algum menor infrator ou funcionário ficou ferido.
Em nota, a instituição afirma que a Corregedoria Geral da Fundação Casa instaurou sindicância para apurar o caso. “Caso sejam recapturados, uma Comissão de Avaliação Disciplinar (CAD) irá analisar as sanções disciplinares a serem aplicadas. O Judiciário e os familiares do adolescente serão informados da ocorrência”, diz a nota.
A unidade da Fundação Casa foi inaugurada em Santos em junho do ano passado, com custo de 6,5 milhões de reais.Histórico
Nos últimos dias, a Fundação Casa tem registrado repetidos episódios de insegurança. Na semana passada, jovens infratores fizeram quatro funcionários reféns por mais de quatro horas durante uma rebelião na Fundação Casa de Pirituba, na Zona Norte da capital paulista.
Antes, 39 menores realizaram uma fuga em massa após uma rebelião na unidade de Lorena, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo. Em setembro, foram cinco fugas em unidades da capital e da Região Metropolitana.
Depois de uma fuga na unidade de Guaianases, na Zona Leste, no mês passado, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), admitiu que algumas unidades passam por problemas após a empresa contratada para atuar na segurança faliu. Isso obrigou agentes socioeducativos a serem adaptados para exercer função de vigilantes.
Para tentar conter a insegurança nas unidades e evitar novas fugas, o governo estadual quer que policiais militares de folga trabalhem na segurança externa das unidades.