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“O crime foi premeditado”, diz filha de motorista esquartejado

Jesselene não acredita na versão apresentada pela amante do pai; três mulheres presas confessaram o crime

Por Redação VEJASAOPAULO.COM
Atualizado em 5 dez 2016, 14h20 - Publicado em 30 jun 2014, 17h44

Os filhos do motorista Álvaro Pedroso pretendem ir ainda nesta segunda-feira (30) até o 89º Distrito Policial, no Portal Morumbi, onde estão presas as três acusadas de terem participado do esquartejamento do homem de 55 anos em março. Elas foram detidas na última sexta-feira (27) e, em depoimento, confessaram o crime. “Eu quero olhar nos olhos da Marlene (Gomes, prostituta e amante de Pedroso) e perguntar o que ela ganhou. Por que ela matou o meu pai? Isso é prova que mulher realmente muda a cabeça de um homem”, disse Jesselene Oliveira, de 27 anos.

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A família de Pedroso não acredita na versão apresentada por Marlene, de que ela e as amigas teriam matado o motorista porque ele a maltratava. “O crime foi premeditado. Ela fingiu que estava tudo bem e atraiu ele para uma armadilha. Acredito que ela fez por maldade. É uma mente diabólica. Meus pais até tiveram suas discussões, mas ele nunca bateu na minha mãe. Era um homem calmo.”

Jesselene disse que Pedroso mantinha um relacionamento com Marlene há aproximadamente dez anos. “Há três anos ele me contou que tinha uma namoradinha há. Falou que gostava muito dela. Estava apaixonado. Meu pai costumava falar que queria tirar ela dessa vida.”

Prisões

A participação de um trio feminino era investigada desde o início pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil. A polícia conseguiu prendê-las depois de um exaustivo trabalho do Departamento de Inteligência. Um deles foi cruzar as informações da quebra do sigilo telefônico de Álvaro Pedroso. A partir daí identificaram a prostituta e amante de Pedroso, Marlene Gomes. Passaram, então, a interceptar o seu telefone, chegando assim em outra prostituta, Francisca Aurilene Correia da Silva.

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Com um mandado de busca e apreensão, prenderam as duas na Rua dos Andradas, 69, no bairro Santa Ifigênia. Elas foram detidas na sexta-feira (27), confessaram o crime e a participação de uma terceira prostituta, Márcia Maria de Oliveira, que foi presa no sábado e também confessou. As três golpearam Pedroso na cabeça, mas a responsável pelo esquartejamento foi Marlene.

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A perícia do Instituto de Criminalística colheu novo material para análise, apesar delas já terem confessado.

O caso

Por volta das 9h do dia 23 de março, um catador de papel encontrou em um saco de lixo duas pernas e dois braços humanos decepados. A sacola estava na esquina da Rua Sergipe com a Rua Sabará, em Higienópolis, em frente ao Cemitério da Consolação. Assustado, ele pediu a ajuda de um comerciante, que chamou a polícia.

Mais tarde, por volta do meio-dia, um tronco foi achado na região, na esquina da Rua Mato Grosso com a Rua Coronel José Eusébio. Os policiais também encontraram nas sacolas plásticas um vestido.

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As pontas dos dedos e parte da pele do tórax foram arrancadas para dificultar o trabalho da perícia.

Na manhã do dia 27 de março, agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) encontraram uma cabeça dentro de um saco plástico na Praça da Sé, no centro. Eles foram alertados por um pedestre que reparou uma grande concentração de moscas no local. No mesmo dia, peritos confirmaram que a cabeça pertencia ao corpo desaparecido em Higienópolis.

A confirmação da identidade da vítima aconteceu semanas depois, por exame de DNA. A viúva e os filhos já haviam reconhecido o retrato falado feito com a ajuda de computadores, mas o exame era necessário para confirmar a identidade de Pedroso.

Um morador de rua chegou a ser preso no dia 4 de abril depois de reconhecido como o responsável por carregar as sacolas de plástico que continham as partes do corpo. Em depoimento, ele afirmou ter recebido 30 reais para carregar os sacos, mas que não sabia qual era o conteúdo. Por ser procurado por roubo, Jerônimo foi levado para um Centro de Detenção Provisória.

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