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Eleitores da periferia ‘abandonam’ Haddad

Nas dez zonas eleitorais com renda per capita mais baixa, o prefeito teve perdas superiores a 65% em sua taxa de votos

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 27 dez 2016, 15h16 - Publicado em 4 out 2016, 09h42
fernando haddad
fernando haddad (N.M./Estadão Conteúdo/)
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Os eleitores da periferia de São Paulo, principais responsáveis pela ida de Fernando Haddad ao segundo turno na eleição municipal de 2012, foram os que mais deram as costas ao petista neste ano. Nas dez zonas eleitorais com renda per capita mais baixa, o prefeito teve perdas superiores a 65% em sua taxa de votos, na comparação entre as duas eleições.

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O maior recuo ocorreu em Parelheiros, na Zona Sul, a quarta zona eleitoral mais pobre de São Paulo. Lá, o candidato do PT teve dois de cada três votos no primeiro turno de 2012, quando seus principais adversários eram José Serra (PSDB) e Celso Russomanno (PRB). No domingo, porém, Haddad teve apenas 17,5% dos votos na região. Ele ficou atrás dos candidatos do PSDB, João Doria (28 2%), e do PMDB, Marta Suplicy (37,2%) – esta uma ex-petista que, ao menos em Parelheiros, conseguiu atrair para si parte considerável do eleitorado tradicional do PT.

No outro extremo, Haddad praticamente não perdeu votos na zona de Pinheiros, a segunda mais rica da cidade, segundo os dados do Censo de 2010. Em 2012, o petista teve lá 24,9% dos votos – seu sexto desempenho mais fraco, no ranking das 58 zonas eleitorais. Agora, praticamente repetiu a dose: 24,5%. A diferença é que, desta vez, foi o maior porcentual de votos do petista em toda a cidade.

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Além de Pinheiros, as outras cinco zonas em que o candidato menos perdeu votos são todas de renda alta ou média: Jardim Paulista (-12,8%), Perdizes (-20,2%), Vila Mariana (-22,5%), Indianópolis (-28,7%) e Saúde (-29,1%). O recuo menor se deve, em parte, ao fato de o petista ter tido poucos votos nessas áreas já em 2012.

Há quatro anos, Haddad ficou à frente dos adversários em 27 das 58 zonas eleitorais. Em 2016, perdeu em todas. 

Tucanos

O desgaste do petista nas zonas periféricas coincidiu com o avanço de Doria nessas áreas. Em zonas de baixa renda como Parelheiros, Grajaú e Cidade Tiradentes, a taxa de votos de Doria foi mais que o dobro da de Serra há quatro anos.

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Em Parelheiros, o candidato do PSDB teve no primeiro turno, há quatro anos, 13,6%. No domingo passado, Doria obteve lá 28,2% – a diferença entre as duas taxas é de 107%.

Por outro lado, Serra teve desempenho superior ao de Doria em apenas duas zonas – as mais ricas da cidade: Jardim Paulista e Pinheiros. Em Perdizes, Vila Mariana e Indianópolis, os dois tiveram desempenho similar. Todas essas áreas são tradicionais redutos anti-PT, onde o principal adversário do partido costuma atrair mais do que a maioria absoluta dos votos.

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