Cinco provocações do artista e ativista chinês Ai Weiwei
O documentário <em>Ai Weiwei - Sem Perdão</em>, que estreia no CineSesc, conta a trajetória de um dos nomes mais polêmicos e importantes da arte chinesa contemporânea
O artista e ativista chinês Ai Weiwei, 56 anos, provocou falatório no mundo das artes plásticas quando, em maio deste ano, encenou num videoclipe de heavy metal os três meses em que passou preso, investigado pelo governo de seu país.
O documentário Ai Weiwei – Sem Perdão, em cartaz, mostra como essas e outras provocações – musicais ou não – fazem perfeito sentido numa trajetória marcada pela coragem de enfrentar explicitamente as expectativas do público e, em muitos casos, as autoridades chinesas.
Weiwei, que teve uma exposição neste ano no Museu da Imagem e do Som, foi detido há três anos pelo regime comunista, acusado de sonegação fiscal e até de envolvimento com pornografia. Depois de solto, foi proibido de usar o Twitter e de viajar ao exterior.
A seguir, conheça cinco provocações do artista mais conhecido e controverso da China.
1. Clipe de heavy metal
No vídeo de Dumbass (em inglês, idiota), Weiwei recriou a sala de detenção onde ficou preso. “Fique na linha de frente como um idiota, num país que se oferece a todos como uma prostituta”, canta. O clipe foi dirigido pelo australiano Christopher Doyle, diretor de fotografia de filmes de Wong Kar-wai. A faixa está no disco The Divine Comedy. Clique para ver.
2. Paródia de Gangnam Style
Para provar que não se leva tão a sério, Weiwei lançou uma versão do hit sul-coreano de Psy. Com uma camisa rosa, ele dança a coreografia da música, imitando trechos do clipe original. Clique para ver.
3. Documentários de guerrilha no YouTube
Inconformado com a dificuldade de acesso a informações sobre as vítimas do terremoto de Sichuan, em maio de 2008, o artista foi às ruas para registrar os nomes das pessoas que morreram na tragédia. Para mostrar a investigação, dirigiu uma série de documentários disponíveis no YouTube.
4. Denúncias em blog e no Twitter
A partir do trabalho de investigação desenvolvido no terremoto de Sichuan, Weiwei passou a usar a internet como um veículo importante para mostrar ao mundo a truculência do governo chinês. Quando o blog foi proibido, partiu para o Twitter, onde chegou a publicar, em tempo real, a foto de um ataque físico que sofreu de policiais. Hoje, Weiwei é proibido de acessar redes sociais.
5. Vídeo contra o governo chinês
Um dos projetos mais polêmicos de Weiwei foi o vídeo Fuck Your Motherland, de 2012, em que ele e mais oito pessoas dizem, cada qual em seu idioma, a frase “F*-se, terra natal” diante de um quadro negro com a frase escrita em chinês. O protesto acabou virando meme na internet. Clique aqui para ver.