Bairro do Tucuruvi inaugura shopping e passa por mudanças
Centro de compras é mais uma etapa no processo de verticalização da região, sétima colocada no ranking de lançamentos da capital
Depois da Zona Sul, com o Shopping Santa Cruz, em 2001, e da Zona Leste, com o Tatuapé, em 1997, agora foi a vez de a Zona Norte ganhar um centro de compras integrado a uma estação do metrô: o Shopping Metrô Tucuruvi, inaugurado no último dia 18. O fato de ser uma das regiões mais bem servidas desse tipo de transporte ajudou a atrair moradores e uma ampla gama de serviços. Não em quantidade suficiente.
+ Veja dez motivos para visitar a Zona Norte
“Trata-se de um polo importante, mas com poucos shoppings”, diz o vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo, João Bico de Souza. O maior e o mais antigo é o Center Norte, de 1984. Depois vieram o Lar Center, em 1987, o Shopping D, em 1994, o Santana Shopping, em 2003, e o Santana Parque, em 2007. “Ali ainda há uma demanda de consumo represada”, completa Souza. Para atender a ela, o novo empreendimento terá 236 lojas e um mix com grifes como Arezzo e magazines como C&A, Renner, Riachuelo e Marisa, que devem atrair, segundo as previsões, 2 milhões de pessoas por mês.
O Metrô Tucuruvi recebeu investimentos de 238,4 milhões de reais por parte da JHSF, que conta com uma experiência anterior de integra-ção de shopping com metrô, no Santa Cruz. Seis salas de cinema da Cinemark serão abertas quando a construtora cumprir as exigências da CET para diminuir o impacto no trânsito do entorno. Entre as medidas está a implantação de dois terminais de ônibus. Já existe um em operação, assim como a plataforma de embarque anexa ao empreendimento.
O shopping é mais uma etapa da intensa verticalização do Tucuruvi, que ganhou 856 edifícios somente no ano passado. Com isso, passou a ocupar o sétimo lugar no ranking dos bairros da capital com mais lançamentos. O valor do metro quadrado registrou um aumento de 42% entre 2010 e 2012 (mais detalhes abaixo). “Há cinco anos, 90% da produção do meu escritório era de casas”, compara a arquiteta Sílvia Souza, que atua na região há dezesseis anos. “Hoje a situação é inversa: 90% são prédios.”
Sílvia também é autora do projeto da Confeitaria Paris, ponto de encontro dos endinheirados locais, aberta em 2007, com 700 metros quadrados. Parte de seu público mora no Jardim França, o pedaço mais caro do distrito. “Poucas pessoas acreditavam que daria certo, mas hoje o meu problema é administrar as filas na porta”, diz o dono, Carlos Martins. Em outubro, a Zona Norte ganhará mais um shopping, com a inauguração do Tietê Plaza, próximo ao acesso à Rodovia dos Bandeirantes.