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Andrea Matarazzo: “Não é fácil abrir mão de um sonho”

O vereador do PSD disse que "tempo de TV insuficiente para alguém desconhecido se eleger" foi determinante para aceitar a aliança com rival política 

Por Mariana Zylberkan
Atualizado em 27 dez 2016, 16h30 - Publicado em 27 jul 2016, 18h24
Andrea Matarazzo, vereador eleito pelo PSDB
Andrea Matarazzo, vereador eleito pelo PSDB (Cida Souza/)
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Recém-anunciado como vice de Marta Suplicy (PMDB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo, Andrea Matarazzo (PSD) falou a VEJA SÃO PAULO sobre os motivos que o levaram a abrir mão de seu projeto de se candidatar ao posto mais alto na administração municipal. A decisão veio dias depois de participar da 25ª Festa das Nações de Ermelino Matarazzo, na Zona Leste, há cerca de 15 dias, quando se encontrou com a ex-petista. “Marta pediu para bater um papo e nos reunimos alguns dias depois.”

+’Não sou tucano e Marta não é PT’, diz Matarazzo

Na decisão, segundo Matarazzo, pesou o fato de não ter tempo de TV suficiente caso continuasse como cabeça de chapa.  

Essa é a segunda vez que o vereador abre mão de se candidatar à prefeitura. O mesmo aconteceu em 2012, quando deixou o posto para José Serra (PSDB), que acabou derrotado nas urnas pelo prefeito Fernando Haddad (PT). No início do ano, Matarazzo trocou de partido quando foi preterido pelo PSDB, que escolheu João Doria para a disputa. “Não é fácil abrir de um sonho, mas tive que fazê-lo para mudar um pouco as coisas na forma como a política é feita em São Paulo.” 

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Leia abaixo a entrevista concedida pelo vereador, por telefone: 

O que determinou a decisão de se tornar vice de Marta Suplicy? 

Foi uma conversa que tivemos em uma festa em Ermelino Matarazzo, na zona leste, há 15 dias. Marta pediu para bater um papo e nos reunimos alguns dias depois. Aceitei ser vice porque vi que não teria tempo de TV suficiente para alguém que não é conhecido se eleger.  Além disso, política não se faz sozinho, tem que renunciar o individual em nome do coletivo.

Teve alguma promessa para o senhor integrar a chapa?

A Marta disse que a gente ia fazer o plano de governo juntos. Então, me atraiu bastante a possibilidade de ver implementado na cidade tudo que eu tenho estudado nos últimos dez anos. Além disso, é um movimento para acabar com essa bipolaridade entre vermelhos e azuis que transformou a política em São Paulo em uma guerra. Precisamos colocar a cidade acima da disputa política.

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Há algum projeto que fez parte das negociações?

Sim, os projetos que nós dois julgamos importantes, como investir na periferia de São Paulo e facilitar a vida de quem quer empreender aqui. Nesse sentido, temos visões parecidas. A cidade está muito carente, precisa do óbvio, das coisas primárias.

Como o senhor se sente abrindo mão mais uma vez de se candidatar a prefeito de São Paulo?

Esse era meu projeto há dez anos. Eu venho me preparando para isso e não é fácil abrir de um sonho, mas tive que fazê-lo para mudar um pouco as coisas na forma como a política é feita em São Paulo.

Qual papel teve Gilberto Kassab, presidente de seu partido, nas negociações?

Eu procurei o Kassab para sugerir a aliança. Perguntei o que ele achava quando vi que as coisas estavam se estreitando muito e ele deixou a decisão nas minhas mãos.  

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Como pretende lidar com as duras críticas feitas no passado contra Marta?

Nós estivemos em campos políticos opostos, ela no PT e eu, no PSDB. Fiz críticas a ela, claro, assim como ela fez a mim. No fim, acho que faltava conversa. O tempo passou, a gente amadurece. Entrei na vida política para fazer oposição ao PT, então, fiz mais oposição ao partido do que a ela. 

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