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Aeroporto de Viracopos: tarifas baixas, voos pontuais e tranquilidade no embarque

Passageiros paulistanos enfrentam os 100 quilômetros que separam a capital do aeroporto de Campinas em busca dos atrativos

Por Giuliana Bergamo
Atualizado em 5 dez 2016, 19h30 - Publicado em 18 set 2009, 20h28

Passagens mais baratas, pontualidade e facilidades no check-in e no embarque. Vantagens como essas têm atraído paulistanos para Viracopos, o Aeroporto Internacional de Campinas, situado a 100 quilômetros da capital. “Em cerca de um mês, esta é a segunda vez que embarco por aqui”, contava na semana passada o economista Antonio D’Ambrosio, morador de Pinheiros. “Costumo sair de Congonhas, mas os transtornos ali são tantos que estou considerando trocar de ponto de partida.” O fenômeno é recente e intensificou-se, sobretudo, desde dezembro do ano passado, quando a Azul Linhas Aéreas Brasileiras começou a operar em Campinas. De lá para cá, o número de voos que saem diariamente do aeroporto saltou de 29 para cinquenta. Para conquistar clientes, a nova companhia passou a oferecer tarifas reduzidas (veja o quadro abaixo) e traslado entre São Paulo e Viracopos. Nos últimos trinta dias, cerca de 5 000 passageiros usaram os ônibus que partem dos shoppings Villa-Lobos e Tamboré. Com ar-condicionado e acesso sem fio à internet, o transporte é gratuito até o fim deste mês. “Em breve, teremos veículos também na região da Barra Funda”, diz Pedro Janot, presidente da Azul.

Entre as principais qualidades do Aeroporto de Viracopos está o clima da região onde ele foi construído. No ano passado, sua pista foi fechada apenas três vezes por causa de mau tempo. Já Congonhas, no mesmo período, ficou sem operar 24 vezes. Tal característica, aliada ao pequeno movimento de aeronaves, facilita o trabalho dos controladores e garante maior pontualidade nos voos. Outras vantagens são o tamanho de sua pista (com 3 240 metros, tem praticamente o dobro do comprimento da de Congonhas) e a distância da cidade, o que diminui o risco de acidentes. Situado a 14 quilômetros do centro de Campinas, o aeroporto tem grande potencial para crescer. Viracopos ganha ainda em tranquilidade. No ano passado, a média de pessoas que circularam por ali diariamente foi de 0,3 por metro quadrado, um terço do registrado em Congonhas. Por esse motivo, quase não há filas no check-in e no embarque. Quem chega com antecedência, porém, não tem muitas opções para gastar o tempo. O terminal de passageiros dispõe de uma livraria, um restaurante, três cafeterias, um bar e algumas lojas. “Ainda falta um bom lugar para comer”, reclama o administrador de empresas paulistano Álvaro Lopes. Até o fim deste ano está prevista a inauguração de novos restaurantes e um espaço vip. Também deve começar em 2009 a construção de uma nova pista.

A maior dificuldade para os paulistanos que desejam viajar por Viracopos é o acesso até ele. Apesar de existir o projeto para a construção de uma linha de trem que ligue a capital ao aeroporto, não se sabe quando ele sairá do papel. Com exceção dos traslados oferecidos pela Azul, a única opção de ônibus parte da Rodoviária do Tietê. A passagem custa 17,50 reais e a viagem dura cerca de uma hora e vinte minutos. De carro, a partir da saída da capital, são cerca de 35 minutos a menos, mas o tempo pode duplicar dependendo do ponto de partida. Além disso, pagam-se 11,80 reais de pedágio.

A intenção de tornar Viracopos um grande complexo aeroportuário para servir São Paulo não é recente. O aeroporto foi criado na década de 30 para operar voos militares. As aeronaves que ali decolavam e pousavam passaram a transportar passageiros em 1950. Dez anos mais tarde, o aeroporto dividia com Congonhas as saídas para destinos internacionais. Em 1985, no entanto, as operações para fora do país foram transferidas para o então recém-inaugurado Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, e o fluxo de passageiros caiu sensivelmente. Pouco depois, Viracopos passou a ser usado sobretudo para o transporte de cargas. Essa situação começou a mudar em 2005, quando foi inaugurado o novo terminal de passageiros, três vezes maior que o antigo, com 10 000 metros quadrados. “Por causa das limitações dos outros aeroportos que servem a capital, Viracopos só tende a crescer”, acredita Leonel Rossi, diretor da Associação Brasileira de Agentes de Viagens. “Essa é a grande aposta para desafogar os abarrotados Congonhas e Cumbica.”

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