Aeronave que caiu em São Paulo não tinha caixa-preta
A presença do equipamento não é obrigatória nesse tipo de avião particular
O avião que caiu no sábado (19), matando o empresário e ex-presidente da Vale Roger Agnelli e outras seis pessoas, não tinha caixa-preta. A informação é da Força Aérea Brasileira (FAB). Uma equipe de peritos esteve no local do acidente até a tarde deste domingo (20), na Casa Verde, zona norte de São Paulo, para registrar fotos e conversar com testemunhas.
De acordo com a FAB, a presença da caixa-preta nesse tipo de aparelho, particular, não é obrigatória. Mas a falta do equipamento, que registra dados da aeronave e a conversa na cabine do piloto, dificulta as investigações sobre o motivo da queda. O avião, um monomotor com fuselagem de fibra de carbono, era do tipo experimental.
Nesses casos, o proprietário compra o corpo do monomotor e instala o restante dos equipamentos. O acidente aconteceu logo após a decolagem, ainda nas proximidades do Aeroporto do Campo de Marte – antes, o monomotor estava estacionado no hangar da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).
Na tentativa de identificar os motivos do acidente, resta aos investigadores pedir os áudios entre o piloto e a torre de controle do Campo de Marte para verificar se houve troca de informações sobre dificuldades na decolagem.
Casa
O acidente também atingiu uma casa do bairro e deixou uma empregada doméstica que trabalhava no local com escoriações. Ela foi encaminhada ao Pronto-Socorro da Santa Casa de Misericórdia, na região central. Os moradores não se feriram. O proprietário da casa, Armando Carrara, de 65 anos, estava no terraço brincando com o neto de jogar dados quando foi avisado pelo genro de que um avião ia bater na casa. “Eu não vi nada. Só escutei gritando comigo. Peguei meu neto pelos braços e corri para o fundo da casa.” Segundo ele, os automóveis da família foram todos destruídos pelas chamas do avião, que bateu num muro do sobrado e caiu na garagem.
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