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Festival Videobrasil comemora trinta anos de existência

Exposição apresentará obras de artistas do chamado Sul geopolítico do globo e fará uma grande retrospectiva de sua história, além da tradicional competição

Por Bruna Ribeiro
Atualizado em 5 dez 2016, 15h29 - Publicado em 1 nov 2013, 15h45

Em 1983, o então proprietário da Fotótica Thomaz Farkas, já falecido, decidiu organizar um festival com peças de videoarte produzidas por brasileiros. Ao lado de sua nora Solange Farkas, 56 anos, o também cineasta, documentarista e fotógrafo mapeou trabalhos da nova linguagem, que tinha acabado de chegar ao país, no denominado Videobrasil. Em sua 18ª edição, que tem início nesta quarta (6), o evento comemora trinta anos com a tradicional mostra competitiva, uma grande retrospectiva e variados debates.

Obras de pioneiros do vídeo e da performance, como o coreano Nan June Paik e a sérvia Marina Abramovic, serão exibidas no Sesc Pompeia e no CineSesc. Além dos clássicos, a exposição traçará um panorama da produção contemporânea do chamado Sul geopolítico do globo, a exemplo dos trabalhos do afegão Jeanno Gaussi.

Desde a oitava edição, o festival se concentra na produção desse Sul geopolítico, com a participação de países da América Latina, Caribe, África, Oriente Médio, Leste Europeu, Sul e Sudeste asiático e Oceania. De acordo com Solange, atual curadora, a ideia foi criar a possibilidade dos artistas brasileiros trocarem com estrangeiros, tornando a mostra internacional. “Mas além disso quisemos criar um recorte da ordem política, dando visibilidade a quem está fora desse sistema global de artes.”

Ao longo dos anos, ainda segundo Solange, o interesse por vídeo cresceu muito no Brasil, com abertura para outras manifestações da arte eletrônica. “Atualmente, abrangemos todas as linguagens artísticas contemporâneas”, conta.

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Neste ano, chamam atenção as obras feitas por artistas da África e Oriente Médio, que debatem as questões políticas da região, marcada por uma onda de revoluções contra governos ditatoriais desde 2010. O artista libanês Ali Cherri, por exemplo, mostra em seu vídeo a gravação de um diálogo entre um astronauta e o ditador Hafez al-Assad, pai de Bashar al-Assad, da Síria. 

Entre mais de 2 000 projetos inscritos, os selecionados são de 32 diferentes nacionalidades e trazem instalações, performances, desenhos, esculturas, fotografias, pinturas, livros e finalmente vídeos. Os nove melhores serão premiados ao final da primeira semana do evento, com dinheiro e bolsas de residência artística em instituições parceiras espalhadas pelo mundo.

Paralelamente à competição, estará à disposição do público uma grande instalação, que faz uma retrospectiva das três décadas de história. O ambiente contará com mais de 200 monitores onde serão exibidas cerca de 20 horas de vídeos especialmente editados a partir de um total de 5 000 horas. A instalação abriga ainda uma midiateca, que traz quase todo o conteúdo apresentado nas 17 edições anteriores. Esse espaço também é palco de debates. Veja a programação completa aqui.

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A curadora Solange Farkas selecionou as principais obras exibidas na atual edição. Confira na galeria abaixo:

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