“As Vantagens de Ser Invisível” narra tocante rito de passagem
No drama, o diretor americano Stephen Chbosky adapta um livro de sua autoria
Americano de 42 anos, Stephen Chbosky já se aventurou pelocinema e pela TV. Dirigiu um longa-metragem em 1995 (The Four Corners of Nowhere), escreveu o roteiro do musical Rent (2005) e foi um dos criadores do seriado Jericho. Seu melhor desempenho, porém, está na adaptação para o cinema do livro de sua autoria As Vantagens de Ser Invisível, lançado no Brasil pela editora Rocco.
Também diretor, Chbosky transformou seu romance em um pequeno grande filme. A sensibilidade da literatura passou para as telas sem escalas. Na trama, Charlie (Logan Lerman,o D’Artagnan de Os Três Mosqueteiros) é um rapaz de 15 anos cujo melhor amigo cometeu suicídio. Na escola,os colegas nem o notam. Sua vidinha besta, contudo, vai sofrer uma guinada. Além de o professor de inglês (papel de Paul Rudd) reparar em seu interesse pelos estudos, Patrick (o ótimo Ezra Miller, protagonista de Precisamos Falar sobreo Kevin) e Sam (Emma Watson, a Hermione de Harry Potter) enxergam nele uma pessoa bacana e decidem arrancá-lo da solidão. Meio-irmãos, os novos parceiros são superdescolados — ele namora às escondidas um machão enrustido do colégio e ela gosta de um cara mais velho.
Mesmo entre um e outro clichê, este rito de passagem da adolescência para a vida adulta encanta. Estão lá as dúvidas existenciais, o primeiro beijo, a balada de estreia… Não se veem celular nem internet no cotidiano dessa turma — gravações são em fita cassete e Charlie ganha uma máquina de escrever manual. Talvez pelo assunto atemporal, Chbosky não situa exatamente o ano da história. Oitentista, a deliciosa trilha sonora ataca de The Smiths, Cocteau Twins e Crowded House, e há um sublime Bowie retrô (Heroes). Quando o roteiro casa cenas tocantes com a música pop, a emoção cresce conforme o volume aumenta.
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