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Um dia perfeito em Oaxaca

Cores, compras e gastronomia em uma das capitais culturais do México

Por Adriana Setti
Atualizado em 5 dez 2016, 16h33 - Publicado em 30 nov 2012, 17h28
Oaxaca - México
Oaxaca - México (Adriana Setti/)
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Uma das personalidades mais representativas do México, Frida Kahlo nadava contra a correnteza. Enquanto as mulheres de sua época (a primeira metade do século passado) seguiam as tendências europeias, a artista vasculhava a cultura tradicional mexicana em busca das roupas e adereços que a alçaram a ícone da moda – papel que cumpre até hoje, quase 60 anos após a sua morte, inspirando grandes designers internacionais (como, por exemplo, Jean-Paul Gaultier). Uma das capitais culturais do país, Oaxaca era um dos destinos favoritos de Frida em sua busca pela “mexicanidade”, garimpando tecidos, joias e acessórios. O mesmo poder da herança pré-hispânica que atraiu a pintora segue vivo nos dias de hoje, nas ruas coloridas desta charmosa cidade colonial, tornando-a parada obrigatória para quem deseja aprofundar-se em um dos países mais culturalmente intrigantes do globo.

9h – Comece a sua empreitada oaxaqueña por entender as suas raízes. A oito quilômetros do centro, o Monte Albán (9h/17h; 4 dólares) guarda as imponentes ruínas da civilização zapoteca, que ocupou a região a partir do ano 500 a.C. Seus descendentes vivem em Oaxaca até hoje e são facilmente reconhecíveis pelos cabelos recolhidos em longas tranças, pelo dialeto próprio, pelos trajes coloridos e pela baixa estatura.

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11h – Grande parte do que foi encontrado nas escavações do Monte Albán está exposto no impressionante Museo de las Culturas de Oaxaca, que consta entre os melhores do país. O acervo, que se distribui entre amplos salões com belas vistas da cidade, traz peças de mais de 2 000 anos de idade, incluindo tesouros valiosos adornados com jade, turquesa, prata e âmbar. O edifício que abriga o museu é um antigo mosteiro vizinho à Iglesia de Santo Domingo (Calle Alcalá; 7h/13 e 16h/23h; grátis), construída no século 16  e decorada com primor pelos melhores artesãos da região.

13h – Oaxaca é, também, considerada uma das capitais gastronômicas do país. Ainda que à base dos ingredientes tradicionalmente nacionais (milho, carne, pimentas), aqui os sabores mexicanos se combinam de forma particular, resgatando receitas ancestrais e tendo como base um catálogo de sete moles (poderosos molhos condimentados que incrementam os pratos). Almoçar em uma das barraquinhas do Mercado 20 de Noviembre (Calle Cabrera) é uma experiência indispensável. O mescal, bebida típica da região (à base do agave, como a tequila, mas com um toque defumado), é fundamental para a digestão.

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15h – Frida estava coberta de razão. Oaxaca é um dos melhores lugares do país para comprar peças do lindo artesanato nacional, bem como tapetes e joias. Os alebrijes, esculturas que representam criaturas fantásticas inspiradas em animais, são irresistíveis. Joias inspiradas na cultura zapoteca podem ser encontradas na Oro de Monte Albán. Na Casa de las Artesanías de Oaxaca (casadelasartesanias.com.mx), as bolsas de couro são lindas, com design atual.

18h – Flane pelo lindo Centro Histórico, dando atenção especial à Calle Alcalá, onde os casarões coloniais foram convertidos em lojas e bares. Passeie pelo Zócalo, a animada praça central, cercada de bares que começam a ferver no fim da tarde.

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21h – As receitas tradicionais são reinterpretadas nos muitos restaurantes contemporâneos da cidade. Imperdível, o La Biznaga tem mesas ao ar livre e ambiente badaladinho. Sua linha é a nova cozinha oaxaqueña, representada através de tortilla recheada com hibisco condimentado e mole com queijo de cabra. Tem boa variedade de mezcal, cerveja e vinho. Outra boa pedida é o pequeno notável La Olla, que serve comidinhas leves e também pratos fortes, como a excelente arachera, uma carne marinada macia servida com nopal (um tipo de cacto grelhado). A proprietária, Pilar Cabrera, ministra cursos de cozinha em sua Casa de los Sabores.

23h – Com a vibração típica de uma cidade universitária, a noite ferve nas frescas de Oaxaca. O epicentro do agito são os ruidosos bares da Calle Alcalá.

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