Três perguntas para Reynaldo Gianecchini
O ator estreia no Teatro Faap o drama<em> A Toca do Coelho</em>, seu oitavo e mais denso espetáculo em catorze anos de carreira
A dedicação intensa ao teatro foi a forma de provar sua capacidade como ator?
Eu descobri de cara que essa profssão é difícil e estreei muito verde, carente de recursos. Mas sempre tive disposição para trabalhar as deficiências. Sei que nunca chegará a hora em que poderei relaxar, mas já percebo que acumulei no teatro recursos para brincar um pouco em cena.
É possível aplicar esse aprendizado na televisão?
Em meio à correria de gravação de uma novela tudo fca mais difícil. Eu tento sempre que possível. Ser dirigido no teatro por atores, como Marília Pêra, Elias Andreato e agora o Dan Stulbach, fez muita diferença. Eles conhecem as nossas fragilidades. Tanto que não pretendia voltar ao palco tão cedo. Ainda estava envolvido com a peça Cruel e logo começo a gravar a próxima novela das 9, mas fiquei muito tocado com o texto. Percebi ali coisas semelhantes às que vivi. A Toca do Coelho mostra a poeira que levanta do tapete quando a gente menos espera, e é preciso lidar com ela.
A superação do câncer descoberto há dois anos fez de você também um ator melhor?
Tudo o que passei mudou radicalmentea minha base. A gente é obrigado a encontrar uma forma de reverter tudo ao redor. Entendo muito bem meus personagens, de uma maneira que não conseguiria no passado. Valorizo os ensaios, a convivência e o que o trabalho pode trazer para mim e para as outras pessoas. Olho para trás e percebo que já atuo há algum tempo e posso não agradar a todos, mas faço com prazer.