Três perguntas para Françoise Forton
A atriz estreia no Teatro Raul Cortez a comédia musical <em>Nós Sempre Teremos Paris</em>
De onde vem a paixão por Paris? Sou filha de um francês com uma brasileira. Meu pai morreu quando eu era muito pequena, mas minha mãe sempre falou francês comigo. Passei a conversar em português no cotidiano só quando entrei na escola. Esse espetáculo surgiu de uma vontade de mergulhar nessas raízes. E também de um grupo de apaixonados por Paris, como o autor, o Artur Xexéo. O Aloísio de Abreu e eu interpretamos um casal de turistas que vive uma história leve e romântica.
O público, acostumado aos grandes musicais, pode se surpreender com esse modelo tão intimista? É tudo muito despretensioso. São dois atores e três músicos em um palco nu. Trata-se de um musical de bolso, não tem nada de superprodução. Conquistamos a plateia pelo coração. Conversamos muito com o público. Muitas pessoas já me disseram que foram ao teatro porque estavam tristes e queriam um programa que as jogasse para cima. Essa leveza, sem dúvida, o público encontra aqui.
O interesse em participar de musicais surgiu recentemente? Minha mãe era apaixonada por ópera e logo comecei a fazer balé. Só que fui trabalhar muito cedo. Aos 11 anos, eu já era arrimo da família, saí de Brasília para morar no Rio de Janeiro e fazer teatro e novelas. Passei a estudar canto há uns dez anos como um presente para mim mesma, só pela paixão. Então eu participei em São Paulo do musical Enlace — A Loja do Ourives, em 2012, e percebi ali algumas deficiências. Intensifiquei as aulas de canto, voltei a dançar e redescobri quanto é bom fazer muitas coisas. Enquanto isso, eu apresentava essa peça, que está rodando o Brasil há quase um ano e meio, e gravava a novela Amor à Vida.