Três perguntas para Bob Wolfenson
O fotógrafo paulistano exibe na Galeria Millan a série <em>Belvedere</em>, que sai também em livro pela Cosac Naify
Como nasceu a ideiado projeto Belvedere? Durante uma viagem a Tiradentes (MG), eu parei para dormir em Caxambu. Lembrei-me das várias idas a cidades do interior de Minas Gerais e São Paulo com meus pais, na infância. A atmosfera de solidão do hotel me fez pensar em locais que já tiveram glamour e hoje estão decadentes. Definido o conceito da série, comecei a fotografar espaços vazios em outras cidades e países.
Os locais fotografados que você já conhecia mudaram com o passar do tempo? Na infância, a visão que temos das coisas é isenta de preconceitos.Tudo parece acolhedor, não enxergamos o cafona. Não sei se tudo está diferente ou se é só uma questão de ponto de vista. Acho que mudei mais que os lugares.
O projeto foi todo feito comuma câmera digital. Você aderiu de vez ao suporte? Sou um “digitalista”, digamos assim. As inovações tecnológicas facilitaram demais o meu trabalho. A democratização franqueou a muitos ser fotógrafos, inclusive gente ruim. Mas da quantidade nasce a qualidade. E o olhar só pode ser desenvolvido a partir de muito treino.