Três perguntas para Eva Wilma
Aos 79 anos, a atriz paulistana celebra seis décadas de carreira com a comédia dramática <em>Azul Resplendor</em>
Quais experiências você leva ao palco para interpretar uma atriz neste espetáculo?
Emprego muito a consciência crítica e social que desenvolvi nesses anos. Minha personagem é uma atriz decadente, que se afastou da carreira por defesa pessoal. Nesse ponto, somos distintas. Mas nos aproximamos pela idade. Nesta etapa da vida enfrentamos um tempo imediato. Nada pode ficar para depois, ou corre-se o risco de a oportunidade ser perdida. Estou me recuperando de uma cirurgia nos quadris, e a personagem usa bengala. Eu já estou me libertando da minha, mas continuarei com ela no palco.
Como equilibrou tão bem a TV e o teatro nessas seis décadas?
Não sou uma atriz de teatro ou de televisão. Sou uma atriz. Comecei no Teatro de Arena em 1953. No mesmo ano, fiz meu primeiro filme e estreei na TV com o seriado Alô, Doçura. Sempre busquei esse equilíbrio porque foi o caminho natural, mas nunca abri mão do palco. Trabalhei 25 anos na TV Tupi sem vínculo empregatício para desenvolver os projetos quando desejasse. Fazer teatro é como voltar para a escola e ter de enfrentar um novo curso, uma bateria de estudos.
Ainda existe um sonho profissional a concretizar?
Meu sonho é fazer um espetáculo com o qual eu consiga viajar o Brasil inteiro. Uma excursão que passe por todas as capitais e pelo interior. Quem sabe com esta peça… A manifestação do público é muito carinhosa. Sinto a necessidade de ver as pessoas de perto.
+ Saiba os dias e horários da peça Azul Resplendor, com Eva Wilma