Três peças de graça para assistir antes que acabem
Espetáculos estão em cartaz só este mês no Sesc Bom Retiro, teatro do CCBB e no Itaú Cultural

Até 16/2.
Um grito parado no ar. Uma nova versão do clássico Um Grito Parado no Ar, de Gianfrancesco Guarnieri (1934- 2006), estreia nesta sexta (17) no Sesc Bom retiro. a montagem, dirigida por Rogério tarifa e realizada pelo grupo teatro do osso, revisita a peça icônica que discute os desafios da criação artística em tempos de censura e repressão. A nova adaptação mantém a crítica acentuada da obra original, além de conectar as questões sociais da época com os desafios culturais contemporâneos. Com a participação da atriz convidada Dulce Muniz, o espetáculo inclui elementos de improvisação baseados em relatos reais, reafirmando o papel do teatro como espaço de resistência. (150 min). 14 anos. Sesc Bom Retiro. Alameda Nothmann, 185, Campos Elíseos.☎ 3332-3600. → Sex. e Sáb., 19h30. Dom., 18h. R$ 18,00 a R$ 60,00. Até 16/2. sescsp.org.br.
Até 23/2.

Mãe Preta. Encerrando a programação da ocupação Trilogia Matriarcas, uma celebração à vida e obra da intelectual Helena Theodoro, a primeira mulher negra a se doutorar em filosofia no Brasil, o Centro Cultural Banco do Brasil recebe o espetáculo Mãe Preta para uma curta temporada, até o dia 23. Dirigido por Lucelia Sergio e escrito por ela em parceria com Valesca Lins, o espetáculo dribla estereótipos sociais para falar sobre a identidade da mulher negra, múltipla, e suas dores, reconstruções e celebrações. “Essas diferentes facetas coexistem, e isso reflete a visão africana de que a mulher não se limita a um papel preestabelecido. Ela pode ser política, espiritual, e desempenhar muitas outras funções”, ressalta Helena. Na peça, Luiza Loroza, Tatiana Henrique e Teca Pereira vivem uma família quem enfrenta o trauma da perda do filho caçula, um dia após sua festa de aniversário. As lembranças da tragédia pairam sobre a culpa, a tristeza, o desequilíbrio e as imposições sociais à matriarca, que se vê impedida de viver seus desejos e alegrias. De luto, ela busca forças para comemorar novamente a vida, lutando contra os fantasmas que a aprisionam nas funções de mãe e esposa, enquanto tenta restabelecer sua própria história (60min). 12 anos. Teatro do CCBB. Rua Álvares Penteado, 112, centro, ☎ 4297-0600. Qui. e sex., 19h. Sáb., 15h e 18h. Dom., 18h (sessão extra dia 23, 15h). Grátis. Até 23/03. ccbb.com.br.

O Ninho, o Recado da Raiz. Dramaturgo celebrado por obras como As Centenárias (2007), interpretada por Andréa Beltrão Mariera Severo, e Maria do Caritó (2012), escrita para Lilia Cabral), Newton Moreno assina a dramaturgia e dirige O Ninho, um Recado da Raiz, que estreou ano passado e agora retorna para curta temporada, gratuita, no Itaú Cultural. Um jovem (Jorge de Paula) segue uma jornada em busca de suas origens e o passado da família. A partir da procura por identidade do protagonista, propõe uma reflexão sobre a cultura do esquecimento que permeia a história do Brasil. Embalado pela trilha sonora original de Zeca Baleiro, que divide a direção musical com André Bedurê, a peça, ambientada no Carnaval pernambucano, aborda intolerância e ódio. O elenco traz ainda Paulo de Pontes, Tay Lopez, Kátia Daher, Badu Morais e Rebeca Jamir. No dia 15, às 15h, tem bate-papo com o autor, o elenco e a historiadora Susan Lewis (90 min.). 14 anos. Itaú Cultural. Avenida Paulista, 149, ☎ 2168-1777. → Qui. a sáb., 20h. Dom., 19h. Até 23/2. Grátis.