‘Tremembé’: “O Cristian fez eu me reinventar como ator”, declara Kelner Macêdo
Ator revela detalhes dos bastidores e preparação para a série
Tremembé se tornou a série mais assistida da Prime Video, superando a audiência de O Cangaço Novo. O lançamento de true crime viralizou nas redes sociais, com destaque para um nome: Kelner Macêdo, o ator que interpreta Cristian Cravinhos, condenado a 38 anos de prisão pela morte do casal von Richthofen.
“Era um personagem muito complexo e contraditório. Eu precisava construir um corpo desejante, mas que também é capaz de cometer um ato tão terrível que é matar uma pessoa a pauladas enquanto ela dorme”, declara em entrevista à Vejinha.
Kelner conta que o processo de preparação e estudo do personagem gerou uma obsessão nele: “Todos os vídeos na internet, as entrevistas, as saidinhas, eu fui me baseando nesses materiais e ferramentas para poder construir a profundidade desse ser humano”.
Outro aspecto estudado pelo ator foi a relação entre os irmãos Cravinhos, retratada com muita parceria na produção. “A minha relação com o Felipe Simas me deu muito quem era o Cristian. A relação deles é inquebrantável, ela sobreviveu ao crime, a cadeia e ela continua aqui fora. É o maior laço que existe ali para ambos”, explica.
Triângulo amoroso: “Eu já sabia sobre a cena da calcinha”
Além da relação dos irmãos e vida pós-crime, Tremembé mostrou diferentes versões do Cravinhos, inclusive no campo amoroso. A trama revela um triângulo amoroso do detento com Sherminne fora das grades e Luka, um relacionamento homoafetivo, dentro da prisão.
“O Cristian é uma dessas figuras que surpreendem. Na mídia ele é apresentado como muito marrento e quando vamos lá para dentro vemos outro lado dele. Ele é um cara que cuida muito do irmão, tem uma esposa que visita ele todos os domingos e depois chega em Luka, que realmente é muito surpreendente. De repente tem essa quebra.”
Kelner conta que sabia da cena da calcinha desde o teste. “Quando eu vi essa informação falei ‘opa, tem outros caminhos que não conheço'”, brinca. O momento viralizou nas redes sociais e foi negado por Cravinhos em sua rede social. Como resposta, o jornalista Ullisses Campbell publicou a calcinha original e uma carta endereçada à “Duda”, representada como Luka na série.
O processo de caracterização
Para ficar parecido com o personagem, Kelner precisou raspar o cabelo, tirar a barba e mudar o corpo com dieta e treino. “Eu fui trabalhando com meu personal todos os dias, incansavelmente, para conseguir chegar em um corpo parecido com o dele na época”. Além do trabalho estético, ele se consultou duas vezes na semana com uma fonoaudióloga para aperfeiçoar o sotaque e tom de voz.
“O que me fazia desconectar do personagem era tirar as tatuagens.” Kelner conta que elas eram colocadas diariamente para as gravações, um processo que demorava 1h30. Um dia ele decidiu que iria com elas para casa, para facilitar a gravação na manhã seguinte: “Eu esqueci, quando cheguei em casa eu tirei a roupa pra tomar banho e quando me olhei no espelho falei ‘Meu Deus! Cristian Cravinhos, não!’. Depois disso falei ‘nunca mais'”.
Sobre o aumento de seguidores nos perfis dos criminosos, Kelner diz que as pessoas estão transferindo a ficção da série para o plano real: “Acho que tem uma admiração por aquelas atuações e acabam transferindo isso para as pessoas reais. A partir do momento que você sente admiração por uma pessoa que cometeu um assassinato tão terrível como esse, acho que você precisa se rever, se estudar, investigar de onde vem isso”, conclui.
Além da nova temporada de Tremembé, confirmada nesta sexta-feira (21) pela Prime Video, Kelner será visto na nova série da Netflix Fúria. A trama cheia de segredos e perigos vai acompanhar a vida de um jovem resgatado à beira da morte por um treinador de artes marciais.
Revo completa dois anos e redefine a mobilidade aérea em São Paulo
30 frases e mensagens natalinas para compartilhar com a família e amigos
Caso Ângela Diniz: o que aconteceu com Doca Street depois de matar namorada?
Quem foi Ângela Diniz e por que sua história atrai tanta atenção?
Francisco Bosco: “Há uma confusão entre a crítica ao machismo e a crítica aos homens”
