Tinder do ménage: casais revelam experiências em novo app de encontros
Sucesso em São Paulo, plataforma Ysos reúne casais e solteiros interessados em experiências e encontros com mais pessoas
Em uma lista com 100 coisas para fazer antes de morrer, ver a aurora boreal e passear de balão dividem espaço com outro item bem excitante: praticar um ménage à trois, o sexo a três. A ideia é do casal L. e F. (eles preferem manter o anonimato), que descobriu o aplicativo Ysos, voltado a casais e solteiros, para realizar a aventura.
“Algumas pessoas nos assediam ou querem dar lições de moral, mas não fazemos nada de errado, é tudo consensual”, argumenta L. “E muitos se assustam com nossa objetividade, porque deixamos claro que não queremos romance ou ver Netflix em casa.”
O nome Ysos vem da frase Your secret is our secret (seu segredo é nosso segredo) e a discrição é prioridade na plataforma, criada em 2018 como uma alternativa mais privada que a rede social Sexlog. “Nosso princípio é menos explícito, bem focado nos encontros a três”, diz Gustavo Ferreira, porta-voz e chefe de marketing da marca.
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Com 249 000 usuários na cidade de São Paulo, o público principal se concentra nos estados do Sudeste. “Pela praticidade, a maioria acaba procurando mais os rapazes solteiros, porque com as mulheres o ciclo para marcar um encontro é mais demorado.”
E quase todos os adeptos se interessam pelo sexo a três, mas praticantes de suingue também aderiram ao app, disponível nos sistema Android e iOS. É o caso do casal D. e M. (ambos preferem manter o anonimato).
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“Ele gosta mais da troca de casais, eu do ménage, mas para suprir as necessidades fazemos os dois”, diverte-se D. “Começou com uma brincadeira quando disse que deveria existir um Tinder para casais. Antes nós já praticávamos suingue e conhecemos todas as casas de Moema”, diz M. “Hoje em dia virou modinha embarcar nessa, mas algumas pessoas tomam um susto, ficam com ciúme. Com um dos casais que encontramos, a moça acabou ficando paralisada, saiu de órbita, não imaginava que ficaria tão ciumenta.”
“Você vai ver corpos diferentes do seu, então é preciso estar com a cabeça boa”, acrescenta L. “Muitas pessoas têm suas fantasias próprias e nem sempre contam para o parceiro, mas essas possibilidades destravam a imaginação e potencializam o prazer do casal”, defende Gustavo. Mesmo assim, não é uma opção para todo mundo. “Se você não tem uma cumplicidade para viver esse universo liberal, é grande a chance de algo dar errado. E se o relacionamento estiver abalado, não faça, porque suingue não salva casamento!”
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Publicado em VEJA São Paulo de 20 de julho de 2022, edição nº 2799