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“Uma vida é mais importante que tudo”, diz surfista que salvou banhista

Leonardo Menyon, de 17 anos, abriu mão de disputar o título da etapa de surf para resgatar um homem que se afogava em praia do Guarujá 

Por Marcus Oliveira
Atualizado em 5 dez 2016, 14h06 - Publicado em 9 set 2014, 19h23
Leonardo Menyon Surf
Leonardo Menyon Surf (Munir El Hage/FMA Noticias/)
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O que seria apenas mais uma etapa do Campenato Paulista de Surf na praia de Pitangueiras, no Guarujá, litoral de São Paulo, se transformou em um dia especial para o jovem Leonardo Menyon, de 17 anos, e um banhista desconhecido.

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No último sábado (6), o rapaz abriu mão de disputar uma bateria que o levaria para as quartas de final da competição para salvar a vida de um homem que se afogava em meio a ondas de aproximadamente 1,5 metro. “Na hora vi que o cara se afogava e comecei a remar mais forte. Esqueci tudo. Era uma vida que estava em jogo e isso é muito mais importante que tudo”, afirmou o surfista. “Nunca iria me perdoar se algo acontecesse.”

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Leonardo era um dos mais de trinta jovens que disputavam a fase do campeonato, que revelou o astro das pranchas Gabriel Medina, nome mais expoente da atual geração do esporte, além de Adriano de Souza, Filipe Toledo e Miguel Pupo. Depois de ter conquistado boas notas iniciais, Menyon partia para brigar pela classificação quando decidiu entrar no mar pelo canto, onde a correnteza estava mais calma. Nessa hora, encontrou um homem se afogando em meio a algumas pedras da praia. Sem pensar duas vezes, remou em direção ao banhista, visivelmente abatido.

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Por cerca de dez minutos, Menyon e o rapaz lutaram para sair da correnteza. “Empurrei minha prancha para ele segurar. Era a única coisa que podia fazer”, diz. Com as ondas fortes, os dois chegaram a se afogar por alguns minutos e o atleta pensou que não seria mais possível sair de lá. “Tomamos duas ondas na cabeça. Ele caiu em cima de mim e segurou meu braço, me puxando. Eu gritei e disse: ‘Se acalma’. Ele só dizia que queria sobreviver”, relata.

Embora a praia estive movimentada por causa do evento, o público não havia notado a movimentação no mar até que Menyon conseguiu se equilibrar e chamou a atenção de algumas pessoas que estavam em um restaurante próximo. “Consegui colocar o cara em cima da prancha e fui empurrando. Quando chegamos à praia, ele conseguiu se levantar, várias pessoas foram chegando. Nessa hora, voltei a remar muito forte para o fundo, pois me restava pouco mais de um minuto para tentar melhorar a minha pontuação, mas não foi suficiente para me classificar”, conta.

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Ao sair do mar, Leonardo foi recebido com muitos aplausos pelo público que acompanhava a competição e foi chamado para receber uma homenagem no pódio. “Chorei muito em pensar que salvei uma vida. No fim, parecia que eu tinha ganhado.” O atleta chegou a procurar o homem que salvou, mas não conseguiu encontrá-lo. “Queria dar um abraço nele”, revela.

Disputa

A próxima etapa do campeonato está agendada para os dias 25 e 26 de outubro na Praia da Baleia, em São Sebastião, litoral norte. O surfista salva-vidas está em 14º lugar no ranking da categoria júnior, o que significa que matematicamente ele ainda tem chances de chegar ao título. Ainda em busca de um patrocínio, Menyon, que pratica o esporte desde os 13 anos, trabalha em uma loja de surf para conseguir equipamentos para competir. Por causa da rotina, treina apenas uma hora por dia, durante seu horário de almoço.

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Atualmente, vive com a mãe e o irmão na Praia Grande, litoral sul, e sonha um dia alcançar o reconhecimento que têm os seus maiores ídolos: Mineirinho e Gabriel Medina. “É muito complicado tocar a coisa sozinho. Pretendo me profissionalizar e meu sonho é viver do surf. Se acontecer de outra vida depender de mim, não penso duas vezes em largar um título de novo”, afirma.

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