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Bastidores do Aeroporto de Cumbica é foco de nova série de TV

Os episódios mostram apreensões de drogas e furtos de bagagens

Por Mariana Gonzalez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 12 Maio 2017, 15h30 - Publicado em 12 Maio 2017, 14h36
 (Reinaldo Canato/Veja SP)
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Diariamente, cerca de 250 000 pessoas circulam pelos três terminais do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Mais de 2 000 câmeras monitoram sem intervalo o movimento desse público — maior que a população de algumas cidades do interior, como Araraquara e São Carlos.

Em grande parte do tempo, a equipe do Centro de Controle Operacional fica de olho em situações corriqueiras, a exemplo de despedidas emocionadas de viajantes ou da espera pelas malas, após o voo, de passageiros entediados. Vez ou outra, porém, o clima esquenta e surgem cenas dignas de enredos cinematográficos.

Com estreia prevista para o dia 29, no canal a cabo Discovery, a série Aeroporto: Área Restrita mostra os bastidores do lugar. Os doze episódios, gravados entre julho e novembro de 2016, compilam curiosidades da operação geral e dos mecanismos de segurança. Foram cerca de 300 horas de gravações.

O crime mais cometido no pedaço é, de longe, o tráfico de drogas. Em 2016, a Polícia Federal realizou 262 flagrantes desse tipo de delito. Nesse período, a apreensão de cocaína, o principal entorpecente por ali, bateu recorde. Foram 2 toneladas recolhidas. O problema continua enorme.

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Policial Evodio Filho: operações constantes (Reinaldo Canato/Veja SP)
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Em 2017, até a semana passada, a conta já somava 820 quilos. O número vem crescendo desde 2012, quando a marca de 1 tonelada, pela primeira vez, foi registrada. No ano seguinte, o espaço acabou sendo privatizado e a administração, que estava nas mãos da Infraero, tornou-se responsabilidade do consórcio Invepar, formado por duas empresas sul-africanas de investimentos, que reforçaram a vigilância.

No primeiro episódio do programa, por exemplo, o grupo de filmagens exibe a prisão de um francês que carregava 5 quilos do pó em uma caixa de som. Em outra gravação, vê-se uma brasileira detida com aproximadamente 300 cápsulas da substância coladas com fitas no corpo.

Ajuda a inflar as estatísticas o fato de Cumbica ser o campeão em número de conexões entre os aeroportos da América Latina. Em volume de passageiros, ocupa o segundo lugar do ranking. Perde apenas para o Benito Juárez, na Cidade do México. Traz a rota ideal para o tráfico da cocaína produzida na Colômbia e na Venezuela em direção à Europa.

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Desse último continente, costumam desembarcar por aqui drogas sintéticas, entre elas ecstasy e GBL. Todo o material recolhido é encaminhado para incineração. “Tomamos cuidado para não revelar nas gravações informações sigilosas, o que poria em risco os agentes envolvidos”, afirma o policial federal Evodio Filho, incumbido da operação de transporte de entorpecentes.

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Cena da série que mostra cães em busca de drogas: 2016 registrou 262 flagrantes de tráfico (Reprodução)

Por se tratar de uma carga de alto valor financeiro, deve-se garantir que o trajeto até um local secreto não seja interceptado. Ganhar a confiança dos dezessete órgãos envolvidos no dia a dia do aeroporto, incluindo Receita Federal, Vigilância Sanitária e Ibama, representou o principal desafio para a equipe da produtora Moonshot Pictures.

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O processo de conquista levou cinco meses. “Mesmo com as autorizações oficiais em mãos, explicamos a todos os profissionais, um por um, qual era o nosso objetivo ao gravar os bastidores”, conta o diretor-geral, Roberto D’Ávila. “Boa parte da vida do Aeroporto de Guarulhos se passa nas áreas restritas.”

Outro problema de segurança do espaço aparece nos furtos de malas. No ano passado, houve 132 registros desse tipo relacionados a bagagens que já haviam sido despachadas. O segundo episódio flagra um empregado terceirizado de uma companhia aérea abrindo uma mala.

Em seguida, uma vistoria constatou que o rapaz havia furtado uma carteira nova em folha (e vazia). “Para coibir a prática, fazemos operações aleatórias e revistamos minuciosamente os pertences dos funcionários”, garante o delegado Luiz Carlos Guerra. Nos saguões e praças de alimentação, a prática de furto também incomoda viajantes.

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Em 2016, foram 388 ocorrências. Até as primeiras semanas de maio deste ano, ocorreram 141 registros do tipo.

SEGURANÇA EM RISCO

Casos registrados pelas polícias Civil e Federal no ano passado
262 flagrantes de tráfico de drogas
2 000 quilos de cocaína apreendidos
388 registros de furto nas áreas comuns
132 casos de furto de malas após o despacho das bagagens

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