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São Paulo Fashion Week celebra os 30 anos com desfiles ao redor da cidade

SPFW N60 integra pontos icônicos da cidade, como a centenária Biblioteca Mário de Andrade e a Estação Julio Prestes

Por Vanessa Barone
10 out 2025, 08h00
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Desfile de Lino Villaventura no SPFW N59 (Marcelo Soubhia/Divulgação)
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Há três décadas, a cidade de São Paulo viu surgir um evento que prometia reunir as principais marcas da moda nacional para um lançamento simultâneo de suas coleções para clientes, jornalistas e profissionais do mercado. Nascia o São Paulo Fashion Week (SPFW), evento que apresenta a sua 60ª edição a partir da próxima segunda (13), no Pavilhão das Culturas Brasileiras (Pacubra), no Parque Ibirapuera, e em diferentes locais icônicos de São Paulo, como a Biblioteca Mário de Andrade, o Parque Trianon e a Estação Júlio Prestes, onde a estilista Gloria Coelho apresenta o seu novo desfile, no próprio dia 13, às 15h.

A edição N60 da semana de moda de São Paulo terá desfiles de 38 marcas, distribuídos ao longo da semana, até o dia 20. Duas grifes fazem a sua estreia no evento: Uó, do estilista Marcelo Sommer, e Chapéus Davi Ramos, que apresenta a sua primeira linha de roupas. Os designers Amir Slama, Ronaldo Fraga e Flavia Aranha retornam ao line-up.

Como acontece há várias edições, pontos icônicos da capital paulista servirão de passarela. A Biblioteca Mário de Andrade, que está completando cem anos, vai abrigar o desfile do estilista João Pimenta na segunda (13), às 11h. Ronaldo Fraga apresentará a sua coleção em homenagem a Milton Nascimento no mesmo dia, às 20h, no Museu da Língua Portuguesa. Já a estilista Flavia Aranha escolheu o Parque Trianon para mostrar os seus modelos na terça (14), às 10h30. A marca Forca vai mais além e transforma o desfile em um salto de paraquedas, no Campo de Marte, no mesmo dia, às 17h. Veterano nas passarelas do SPFW, Alexandre Herchcovitch irá apresentar a nova coleção na Praça das Artes, no sábado (18), enquanto Angela Brito ocupa o Centro Cultural São Paulo (CCSP), dia 19, às 11h. Por fim, Gustavo Silvestre desfila suas roupas no MAC do Ibirapuera, dia 20, às 14h.

Haverá, também, três marcas que farão suas apresentações no novo Teatro Iguatemi, no shopping de mesmo nome. São elas: Patrícia Viera (dia 14, às 12h30), Lilly Sarti (dia 15, 12h30) e À La Garçonne (dia 16, 10h30). A semana termina com o desfile de Lino Villaventura, às 20h30, no Pacubra.

Originalmente batizado de Morumbi Fashion, por conta de seu patrocinador máster da época, o SPFW trouxe para a capital paulista o modelo de lançamentos de moda já adotado em centros como Paris, Londres e Itália. À frente da ideia, estava um jovem produtor de moda chamado Paulo Borges, ex-assistente da jornalista Regina Guerreiro na revista Vogue, que decidiu comprar a briga de angariar patrocinadores, convocar a indústria e incentivar as marcas nacionais a concentrar os lançamentos em um calendário comum.

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Paulo Borges (à dir.): “Espaço de expressão, identidade e inovação” (Leo Martins/Veja SP)

O objetivo, com isso, era conseguir potencializar os negócios e a divulgação das coleções, em um mundo que ainda não dispunha de redes sociais. “Estávamos saindo da hiperinflação, vivendo os resquícios da ditadura militar e ninguém pensava no longo prazo”, diz Borges, atualmente diretor criativo do SPFW, que intencionava, com um calendário bem azeitado, profissionalizar o setor e tratar a moda não como futilidade, mas como negócio e comportamento. “O evento nasceu como ousadia e se tornou movimento. Hoje, celebrando três décadas de moda, cultura e transformação, ele reafirma seu papel como espaço de expressão, identidade, pertencimento e inovação.”

De fato, o SPFW fez barulho para além da “bolha” do mercado, passando a atrair um público de consumidores, curiosos para conhecer e copiar as novidades apresentadas na passarela. Vale dizer que por ela não passavam apenas modelos profissionais, mas também artistas, esportistas, bailarinos, músicos, celebridades em geral, crianças, adultos e idosos. Era o lugar para ver e ser visto, literalmente. “A gente queria combater o nosso ‘viralatismo’, em achar que as nossas criações não tinham valor, e criar uma cultura de moda”, afirma Graça Cabral, consultora do Instituto Nacional de Moda, Design e Economia Criativa (INMODE) e cofundadora do SPFW.

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SPFW celebra trinta anos de desfiles: “A passarela é uma catarse” (Zé Takahashi/Divulgação)

Com isso, o evento, de fato, colocou luz nas tendências nacionais — mesmo com algumas marcas querendo seguir as passarelas europeias. “No começo, tínhamos poucos profissionais, como maquiadores, e apenas duas faculdades de moda, no Brasil”, diz Borges. “Hoje, são cerca de 200 e não temos somente inúmeros maquiadores, como agências para representá-los”, compara o fundador do SPFW, responsável por propagar o trabalho de estilistas como Walter Rodrigues, Ronaldo Fraga, Reinaldo Lourenço, Gloria Coelho e Lino Villaventura.

Outro mérito da semana de moda foi atrair clientes e jornalistas vindos do exterior para conhecer marcas nacionais com potencial para exportação. “A passarela é uma catarse. E uma semana de moda é para criar desejo, mostrar emoção e gerar notícia.”

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Publicado em VEJA São Paulo de 10 de outubro de 2025, edição nº2965.

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