Reportagem em quadrinhos conta a história da prostituição no Parque da Luz
"Queríamos entender como as mulheres se relacionam com a prostituição", explica a quadrinista do HQ Parque das Luzes, lançado em fevereiro, Cecilia Marins
Lançada no início deste mês, a reportagem em quadrinhos independente Parque das Luzes (60 páginas; R$ 35,00, na lojinha Cecilia Tangerina) conta o dia a dia de cinco mulheres em situação de prostituição no parque mais antigo da capital. “Não queríamos reproduzir uma abordagem agressiva ou objetificá- las, mas entender como se relacionam com a prostituição”, conta a quadrinista e jornalista Cecilia Marins, 22 anos, que realizou o livro com Tainá Freitas e Maria de Vicentis.
Para desenhá-las, Cecilia deixava que escolhessem como gostariam de ser representadas. Roupa, cabelo e até nome foram modificados para preservar o anonimato.
A HQ foi realizada com o apoio da ONG Mulheres da Luz, que acolhe as mulheres em situação de prostituição e oferece atendimento de saúde, aulas de alfabetização e oficinas. Sediada no parque, a ONG necessita de doações. (www.mulheresdaluz.com.br/apoie).
“Fiquei durante um ano na sede, desenhando. Aos poucos, algumas se aproximavam para conversar, e as histórias iam surgindo”, diz Cecilia. Feliz com o resultado, ela se prepara para embarcar em outro projeto de HQ de não ficção, agora sobre gravidez na adolescência.
Publicado em VEJA SÃO PAULO de 26 de fevereiro de 2020, edição nº 2675.