Três perguntas para Carolina Ferraz
A atriz interpreta duas personagens na comédia dramática <em>Três Dias de Chuva</em>, que estreia no Teatro Raul Cortez na sexta (26)
Dirigida por Jô Soares, a atriz interpreta duas personagens na comédia dramática Três Dias de Chuva, que estreia no Teatro Raul Cortez na sexta (26)
Existe um desafio maior ao compor duas personagens? São duas mulheres, uma por volta dos 30 anos na década de 60 e a outra com uns 35, na segunda metade dos anos 90. Não nos preocupamos em determinar diferenças entre elas. Pelo contrário, eu busquei as semelhanças, tentei investigar os pontos em comum da mãe e da filha. Percebo isso na minha filha. Alguns gestos dela são idênticos aos meus e não acredito que ela esteja me imitando. Foram sutilezas desse tipo que eu busquei.
Quanto mais se ensaia, melhor fica o resultado? O Jô Soares nos propôs um ritmo intenso. Cinco dias na semana durante três meses. É exaustivo, mas existem projetos que realmente nos provocam. Os diretores das novas gerações levantam uma peça em bem menos tempo, de uma forma mais orgânica, o que também pode ser bom. Mas o Jô tem na cabeça o que quer de cada um e faz suas exigências. Quando procuro o teatro, quero me desafiar, descobrir formas diferentes de trabalhar.
O teatro vai ocupar um espaço maior na sua carreira? Para quem faz tanta TV, eu até consigo me dedicar ao teatro regularmente. Nunca fico mais de três anos fora. Sou bailarina, e desde os 5 anos estou no palco. Mas também acho que o amadurecimento não depende do veículo. Chega uma hora em que o artista desabrocha e dá o melhor em qualquer lugar. Acabo de filmar um longa, vou produzir um outro e até o fim do ano vem uma novela. Vejo grandes atores que desistem, que se cansam. Não quero passar por isso.