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DJ Paulete Lindacelva leva batidas nordestinas ao Time Warp Brasil

Junto de outros DJs da cena independente brasileira, a artista toca nesta sexta (2) no festival de origem alemã

Por Laura Paro
2 Maio 2025, 07h00
Paulete Lindacelva - Time Warp Brasil - Música eletrônica - Djs brasileiros
Cena underground em ascensão: Paulete Lindacelva estreia como DJ de evento internacional no centro da capital paulista (Caia Ramalho/Divulgação)
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Um nome ecoa dentro e fora do país: Paulete Lindacelva, DJ confirmada para o Time Warp, festival alemão de música eletrônica que rola no Vale do Anhangabaú nesta sexta (2) e no sábado (3). Com um pé em Recife e outro em São Paulo, a artista vem de Guabiraba, periferia da capital pernambucana. Sua trajetória, que mistura de influências do house, funk e afrobeat ao tecnobrega, reflete o compromisso com a busca de um espaço próprio — antes de se fixar na capital paulista, saiu da casa dos pais aos 14 anos e levou uma vida nômade. Brasília, João Pessoa e Natal são cidades pelas quais ela passou.

Hoje, é DJ residente de eventos da cena independente paulistana, curadora, crítica de arte e artista visual — ela já foi apresentadora de um programa de rádio. Negra e transgênero, desde muito jovem esteve envolvida em pautas políticas e sociais. Através da música, expressa um pouco sua história. “Tive uma adolescência muito escassa, no sentido material. E, talvez, escassa nos afetos”, conta.

Talvez por isso encontrou na música um refúgio. Seu envolvimento musical teve início onze anos atrás, em Recife, quando começou a tocar em festas e bares da cidade. Lá, foi uma das fundadoras do coletivo Infecciosxs, e foi por meio desse projeto que passou a explorar e apresentar sonoridades eletrônicas mais alternativas, rompendo com os moldes do mainstream. Além disso, em 2016, criou a festa Kika, em João Pessoa, importante na promoção do protagonismo de pessoas trans na cultura clubber.

Sons da quebrada: Paulete leva raízes nordestinas em seus sons como DJ
Sons da quebrada: Paulete leva raízes da periferia nordestina em seus sons como DJ (RecreioClubber/Divulgação)

Um ano depois, em 2017, migrou para São Paulo, onde se aprofundou na discotecagem. Paulete diz ter aprendido tudo sozinha. A partir daí, veio uma virada em sua carreira, no coletivo Mamba Negra — festa independente protagonizada por mulheres, transexuais e negros. Mesmo baseada aqui, nunca abandonou as raízes culturais: seu som continuou tendo influências de ritmos nordestinos, como visto em seu primeiro EP, Guabiraba, Chicago, lançado no ano passado, em que promove a conexão da cidade onde nasceu com a house music. Com seis faixas, o disco tem colaboração de artistas como L_cio e Badsista. “Na chegada aqui, percebi a autonomia que tinha de construir um nível de identidade e gestualidade no meu trabalho, além da autonomia financeira.” Colhe agora resultados como a indicação em 2024 ao Prêmio Multishow na categoria melhor DJ.

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Paulete se apresenta nesta sexta (2) no Time Warp. Depois, embarca em turnê e percorre Inglaterra, Turquia, França, Itália, Portugal e Alemanha. Marca assim a transição de uma artista underground para um nome que começa a ganhar reconhecimento internacional.

Mais destaques

Conheça outros artistas da cena eletrônica brasileira, confirmados no Time Warp:

> Ananda. Artista lidera a Kode, festa queer que ajudou a redefinir a cena clubber no Rio de Janeiro. Nome recorrente em festas do movimento underground como Mamba Negra, selvagem, Odd e Carlos Capslock, ela se apresenta no primeiro dia de festival, nesta sexta (2).

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> Cardume DJs. Pedro Gariani e Dioun, ou Cardume dJs, se apresentam juntos frequentemente, mas também seguem projetos separados. São os caras por trás da gravadora e festa Cardume, destaque na cena alternativa paulistana. Eles animam o sábado (3).

> Etcetera. Filipa Antunes é conhecida como etcetera, nome presente na discotecagem há mais de dez anos. Dona de uma estética que integra a moda à sua arte musical, ela toca no sábado (3) um som que vai do house ao disco.

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> Ignacio. Conhecido pelos improvisos ao vivo no piano, o artista iniciou na cena em 2015, com sonoridades que misturam a house music e suas vertentes, com pitadas de brasilidade. Ele se apresenta neste sábado (3).

> Nora. Tem registros em selos internacionais de destaque, como Scramble, da Coreia do Sul, e Drill, da Sérvia. Em 2023, embarcou para a primeira turnê europeia. Toca diversos gêneros, que vão do jungle ao hardtechno. É conhecida por seus sets enérgicos. Sua performance é nesta sexta (2).

> Tessuto. Possui grande destaque na cena independente brasileira. É o idealizador da festa Carlos Capslock, e seu som varia entre techno, house, acid e electro. Já se apresentou em Dekmantel, DGTL, Universo Paralello e Rock in Rio, entre outros. Toca nesta sexta (2).

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Publicado em VEJA São Paulo de 2 de maio, edição nº 2942.

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