Primeiro show do One Direction teve Pelé e delírio de fãs
Apresentação teve 1h40 de hits, todos abafados pelos gritos histéricos do público; o Rei do Futebol apareceu no telão para saudar os rapazes da boy band britânica
Se o primeiro show do One Direction no Morumbi pudesse ser definido em uma palavra, ela seria histeria. Foram gritos para os cariocas do P9, que fizeram a abertura, para os roadies e até para os clipes e comerciais que passavam no telão. Nem a chuva que caia fininha e potente foi capaz de calar as 64 mil vozes no início da grande atração da noite. E esta é apenas a primeira apresentação do quinteto britânico em São Paulo — ainda há ingressos para hoje (11), mas vale o aviso: a fila para ver os garotos de perto já se estende ao lado do Estádio Cícero Pompeu de Toledo.
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Às 17h30, boa parte da arena já estava lotada de garotas estridentes e emocionadas. No gramado, uma menina tomava água e era ajudada pela amiga a se acalmar, horas antes de a apresentação principal acontecer. Com ingressos esgotados, o clima de empolgação e delírio dominou o ambiente, que fazia até pais mais certinhos perderem a compostura em momentos de empolgação.
A festa começou mesmo às 19 horas, quando os cariocas do P9 entraram pontualmente para servir de banda de abertura. Brasileiros, mas cantando em inglês, os garotos possuem um repertório reduzido de músicas conhecidas. Em apresentação acústica mediana, o quarteto tocou composições próprias e dois covers em um pocket show com seis canções em meia hora. Just the Two of Us e My Favourite Girl abriram a apresentação, mas falharam ao animar o público. A plateia se animou para valer com o cover de Radioactive, da banda Imagine Dragons. As duas últimas músicas foram Love You in Those Jeans e um cover de Do Seu Lado, do Jota Quest, que agitou (quase) todos os pais presentes.
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Se antes do show do One Direction qualquer coisa provocava o grito das garotas que estavam no estádio, quando o quinteto britânico de fato subiu ao palco, às 20h25, as vozes ganharam tamanho e intensidade. A comoção foi tanta que era difícil ouvir a trilha sonora que acompanhava as imagens, muito menos os primeiros acordes da música de abertura, Midnight Memories. A sensação de que o canto das fãs seria mais ouvido do que o show em si persistiu durante toda a noite.
Em uma apresentação divertida, mas contida, Niall Horan, Zayn Malik, Liam Payne, Harry Styles e Louis Tomlinson desfilaram os principais sucessos de sua carreira de apenas quatro anos, iniciada no programa de calouros britânico The X Factor. What Makes You Beautiful e One Thing levaram a multidão ao delírio, enquanto Little Things provocou lágrimas de todas as garotas da plateia (OK, todas as músicas arrancaram lágrimas das fãs).
A maior parte do show de 1h40 contou com hits do novo disco do conjunto, Midnight Memories, lançado no fim do ano passado. Diana, os singles You & I e Story of My Life, além de Strong e Little Black Dress, emocionaram o público e garantiram uma apresentação coesa e diplomática: a setlist e os momentos de interação foram os mesmos do resto da turnê Latino-Americana.
Na primeira metade da apresentação, a banda parecia ainda estar se recuperando de uma ressaca deixada pelas festas no Rio de Janeiro. Com pouca interação, os garotos até deixaram de fazer piadinhas uns com os outros, algo comum em seus shows. Tudo mudou na segunda metade, quando a banda contou com a ajuda de um personagem importantíssimo para a cultura nacional: Pelé, o rei do futebol, apareceu no telão para desejar boas-vindas aos garotos e até propôs uma parceria musical.
A partir deste momento, o conjunto se apoiou no carisma de seus integrantes, principalmente Niall, Harry e Liam. O trio conversou durante minutos com a plateia e garantiu, com seus sorrisos e elogios, o amor dos espectadores paulistas. Zayn, apesar de simpático, parecia mais incomodado com o seu retorno (alvo de constantes reclamações dos integrantes ao longo da apresentação) do que empolgado com o maior show de sua turnê, enquanto Louis não parecia apreciar os gritos delirantes que seus solos nas músicas provocavam.
Entre demonstrações de afeto, (“Eu amo os brasileiros. Todo mundo é tão legal e divertido”, comentou Niall; “Brasil acabou de se tornar o meu lugar favorito no mundo”, emendou Liam), a banda conquistou o público e apagou todos os pequenos problemas da memória das fãs. A histeria atingiu outro nível quando Niall entrou com a camisa da seleção, batendo no peito, perto do fim do show. A plateia foi ao delírio quando Harry ameaçou abaixar, novamente, as calças para mostrar a tatuagem que fez em homenagem ao país: “Nós amamos tanto o Brasil, que tenho até uma tatuagem”, disse sorrindo e apertando a coxa. As fãs lamentaram o pudor do cantor, mas se esqueceram da frustração quando os primeiros acordes da música Best Song Ever anunciaram o encerramento da apresentação. No final, fogos dominaram o céu do Morumbi e a chuva parou de cair — parece até que a empolgação da fãs foi capaz de mudar a previsão do tempo.