Clube nova-iorquino Nublu realiza festival de jazz no Sesc Belenzinho
O vibrafonista Roy Ayers e o pianista Robert Glasper são as atrações principais
Situado em uma tranquila rua do East Village, descolado bairro de Manhattan, o clube Nublu pode ser confundido com uma residência qualquer do pedaço. A fachada simples não passa de um portão branco iluminado por um ponto de luz azul. Quando se entra ali, porém, as cores e a boa música dominam o lugar em um clima de reunião de amigos. Criado em 2002 pelo saxofonista Ilhan Ersahin, o espaço, que virou um selo três anos depois, recebe nomes interessantes da cena e ainda evidencia representantes de outros cantos do mundo.
Às quartas-feiras, por exemplo, ocorre uma festa brasileira embalada por algum artista daqui. A relação com o Brasil vai além. Pela terceira vez, a casa traz um pouco de sua realidade para São Paulo por meio do Nublu Jazz Festival.
Ao longo de três dias, o Sesc Belenzinho abriga a programação do evento. Na quinta (21), o grupo Love Trio, do qual Ersahin faz parte, dá início aos trabalhos ao lado do guitarrista Lanny Gordin e do baterista João Parahyba. A atração principal, contudo, é o lendário vibrafonista americano Roy Ayers, de 72 anos. Considerado um dos fundadores do acid jazz, ele sobe ao palco acompanhado de quatro instrumentistas e de um cantor.
Na sexta (22), é a vez de o quinteto italiano Calibro 35 mostrar o vigor de sua mistura de jazz com rock. Conhecidos por teremsido a banda de apoio do gênio das teclas Herbie Hancock, os Headhunters se apresentam na mesma ocasião. Encerram a série, no sábado (23), o sexteto do baixista Marcos Paiva e o pianista americano Robert Glasper, que costuma adicionar elementos do hip-hop ao jazz. O ótimo disco Black Radio (2012) — vencedor de um Grammy — serve de base para o espetáculo.