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Morre o cantor Jerry Adriani

Cantor era paulistano e enfrentava um câncer; ele estava internado no Hospital Vitória, no Rio de Janeiro

Por Veja São Paulo
Atualizado em 23 abr 2017, 21h10 - Publicado em 23 abr 2017, 16h32
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Jerry Adriani (divulgação/Divulgação)
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O cantor Jerry Adriani morreu neste domingo (23) no Rio de Janeiro. Ele enfrentava um câncer e estava internado no Hospital Vitória, na Barra da Tijuca, Zona Oeste. Recentemente, o cantor também sofreu trombose em uma das pernas. Sua morte, às 15h30, foi confirmada pela família nas redes sociais. Seu velório e enterro, às 17h da segunda (24) foram marcados para o Cemitério do Caju, no Rio. 

Batizado como Jair Alves de Souza, o cantor era paulistano e nasceu em 29 do janeiro de 1947, no bairro do Brás. O nome artístico foi adotado em 1964, quando começou sua carreira como cantor.

Trajetória – Jerry Adriani possuía um comprometimento maior com a gênese do rock and roll do que algumas de suas próprias canções demonstraram. Reconhecê-lo por apenas Doce Doce Amor ou Tarde Demais é conhecê-lo pela metade, reduzir sua importância.

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Jerry não sofria por fazer o jogo do mercado. Era bonito, tinha charme e tinha voz. Uma tríade que nem Roberto, Erasmo ou Wanderléa conseguiam reunir individualmente. E lá se foi o garoto nascido no Brás, com uma banda de rock no currículo chamada Os Rebeldes, se meter a cantar como galã italiano. Italianíssimo, o disco, fez sua estreia em 1964, ajudando a regar a terra para nascer a Jovem Guarda.

O ano em que a juventude brasileira foi descoberta, 1965, foi também o que confirmou Jerry como um quadro viável no novo mundo da música pop. Gravado agora em português, Um Grande Amor faria sua estreia como ídolo de massa, preparando-o ainda mais para 1967, quando sairia um de seus discos mais vitoriosos, Vivendo Sem Você.

Jerry Alves de Sousa foi o homem que descobriu Raul Seixas na Bahia, selando seu faro e sua determinação. Raul era Raulzito, que fazia bailes grã-finos de Salvador com seu grupo, Os Panteras, quando Jerry passou com seu show pela cidade. Ao saber de Raul (uma das versões diz que Raul não estava nesse dia com o grupo, que só viria a ser conhecido por Jerry depois), o cantor encafifou com a ideia de que aquele baiano deveria não só ir para o Rio de Janeiro como também se tornar produtor de seus discos. Saiu-se cheio de argumentos pra cima do poderoso Evandro Ribeiro, da gravadora CBS, e o convenceu: de 1969 a 1971, os discos de Jerry seriam produzidos por Raul, e com muitas músicas de sua autoria.

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Jerry se foi no ano em que passaria todas as suas histórias a limpo. Ajudado pelo amigo, o pesquisador Marcelo Fróes, ele previa uma biografia de muitos causos e o lançamento de um disco cantando músicas de Raul. Estava feliz, dava entrevistas vibrantes e abria o coração para falar do passado. Sua obra precisa passar por uma reavaliação justa e necessária.  Fonte: Estadão Conteúdo

 

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