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Gardenberg reúne elenco global em ‘O Desaparecimento do Elefante’

Montagem é inspirada em contos do escritor japonês Haruki Murakami

Por Bruno Machado
Atualizado em 5 dez 2016, 16h11 - Publicado em 28 mar 2013, 22h08
O Desaparecimento do Elefante
O Desaparecimento do Elefante (Divulgação/)
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“Eles fazem cinema vivo”. Foi assim que o diretor Rogério Sganzerla (1946-2004) definiu o espetáculo Os Sete Afluentes do Rio Ota, primeira incursão da cineasta Monique Gardenberg no teatro, em 2002. Uma década depois, a soteropolitana retorna aos palcos com O Desaparecimento do Elefante, dividindo a direção com Michele Matalon.  

Estrelado, o elenco conta com Caco Ciocler, Marjorie Estiano, Fernanda de Freitas e outros “globais” que encaram uma difícil tarefa: dar voz e corpo às insólitas e perturbadas personagens do japonês Haruki Murakami no palco do Teatro Paulo Autran, no Sesc Pinheiros. A temporada paulistana (o espetáculo esteve no Rio de Janeiro no ano passado), começa neste sábado (30).

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Além da obra do ganhador do prêmio Franz Kafka, Monique “sampleou” — como ela mesma prefere chamar — referências dos filmes de Ingmar Bergman (Gritos e Sussuros), Todd Haynes (Longe do Paraíso) e Wes Anderson (Os Excêntricos Tenenbaums), além de clássicos da literatura russa. O resultado é uma montagem baseada em cinco contos do volume The Elephant Vanishes (sem tadução em português), publicada em 1993.

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Monique afirma que a ideia de usar as histórias de Murakami surgiu durante os ensaios de Os Sete Afluentes do Rio Ota. Inicialmente, ela pensou em levar os contos para o cinema, o que foi vetado pelo japonês. A diretora não se deu por satisfeita, e tentou a compra dos direitos sobre o texto mais algumas vezes, todas elas negadas. Foi só em 2011, após lenta negociação,  que conseguiu um sim: o Elefante seria adaptado, mas não para a tela, e sim para o palco.

Os ensaios  ocorreram durante dois meses, resultado da negociação de um elenco ocupado com outros trabalhos. “É um espetáculo muito divertido, uma das melhores coxias em que já estive”, afirma André Frateschi, que no espetáculo divide a cena com Maria Luísa Mendonça no conto Sono, sobre uma mulher que deixa de dormir por dezessete dias. “Ela passa a ler Anna Karenina, de Tolstoi, e o universo daquela personagem invade sua vida”, diz Maria Luísa que acredita haver muitas semelhanças entre este trabalho e o seu último nos palcos, A Falecida, texto de Nelson Rodrigues dirigido por Marco Antônio Bráz. “São duas mulheres mortas em vida”, aponta a atriz.

Esta também é a primeira vez que Monique Gardenberg divide a direção com Michele Matalon. “Eu me concentro mais no trabalho do ator, a Michele mais nos detalhes, na cenografia. No fim, todo mundo acaba palpitando em tudo”, explica Monique, que coloca a  relação com a amiga acima de tudo.  “Uma vez conversei com Joel Cohen. Ele me disse que nos filmes dos irmãos Cohen, ambos fazem tudo, sem qualquer divisão de tarefas. Eu não me imagino trabalhando desta forma”, brinca a diretora.

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