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Marcelo Zarvos, o paulistano que faz trilhas sonoras em Hollywood

Ele deixou a família de construtores e a banda de punk rock Tokyo (a do Supla) para se dedicar às músicas de filmes e seriados nos EUA. E deu certo!

Por Miguel Barbieri Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 14 fev 2020, 16h03 - Publicado em 11 Maio 2018, 06h00

Criado no bairro do Morumbi e filho do construtor civil Tito Zarvos, o paulistano Marcelo Zarvos, de 49 anos, não quis seguir a carreira do pai nem a do irmão, Otávio, dono da incorporadora Idea!Zarvos. Plugado ao cinema e à música desde criança, o caçula era uma espécie de estranho no ninho na família por causa de seus dons artísticos. Há duas décadas Marcelo dedica-se, nos Estados Unidos, a fazer trilhas sonoras para o cinema e a TV, incluindo sucessos como o recente longa-metragem Extraordinário e os seriados Ray Donovan e The Affair.

A primeira paixão foi o cinema. Ainda menino, Zarvos assistiu a filmes como Carruagens de Fogo e Blade Runner, que, não à toa, têm composições assinadas pelo craque Vangelis. O segundo amor surgiu com as coletâneas “azul” e “vermelha” dos Beatles. Embora Zarvos tenha iniciado os estudos no piano aos 11 anos, sua inclinação pelo rock falou mais alto.

“Eu tocava em danceterias e barzinhos dos Jardins na adolescência”, relembra ele, por telefone, de seu estúdio em Los Angeles. Não demorou para o rapazinho ter seu talento reconhecido. Com o vocalista Supla na dianteira, integrou a banda de punk rock Tokyo por dois anos. Não se considera prodígio, mas tinha apenas 14 anos quando gravou o primeiro LP.

A partir daí, sua formação, incrementada com os ensinamentos de Hans-Joachim Koellreutter (1915-2005), que lecionou para Tom Jobim, levou-o para um novo destino: Nova York. Zarvos fez uma tremenda imersão musical, do clássico ao jazz, passando pela world music, e só se sentiu preparado para compor uma trilha sonora dez anos depois de estudos intensos. Em 1998, a convite do diretor Paulo Machline, criou a trilha de Uma História de Futebol, indicado ao Oscar de melhor curta-metragem.

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Seu currículo é tão atraente quanto o de Heitor Pereira (Os Smurfs) e o de Antonio Pinto (do documentário Amy), brasileiros que também são chamados para produções estrangeiras. Zarvos contabiliza, até agora, 44 longas-metragens de ficção e seis seriados, além dos curtas.

Zarvos e a esposa, Janel Moloney: pré-estreia de ‘Extraordinário’ (Barry King/Getty Images)

Seu método de compor é quase sempre o mesmo: lê o roteiro previamente, mas prefere ver as cenas em sua primeira edição para poder “pensar na música”. Não há muita restrição para aceitar um convite. “Se é algo a que eu gostaria de assistir ou de um diretor que admiro, não penso duas vezes”, diz, sem revelar cachês. “Exibido recentemente no Tribeca Film Festival, Mapplethorpe era um filme de baixo orçamento, mas topei porque se trata da biografia de um fotógrafo de que eu gosto.”

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Nas salas de montagem, já trocou ideias com, entre outros medalhões, Barry Levinson (Rock em Cabul), Jodie Foster (Um Novo Despertar), Bruno Barreto (Flores Raras), Robert De Niro (O Bom Pastor) e Denzel Washington, protagonista e diretor do premiado Um Limite entre Nós. “Nosso encontro foi muito especial porque a sintonia e a afinidade eram as mesmas.”

Para unir trabalho e família, Zarvos mudou-se, no fim de 2016, de Nova York para Los Angeles. Agora, pode ficar mais perto da mulher, a atriz Janel Moloney, com quem está casado desde 2008 e tem dois filhos, de 8 e 6 anos. Mantém uma rotina de compor das 9 da manhã às 6 da tarde e, quando a demanda aperta, estende o trabalho para meio período no fim de semana. “Los Angeles tem uma atividade social mais intensa e é muito bom estar próximo de diretores e produtores”, conclui.

Provocação (2004), com Kim Basinger e Jeff Bridges

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(Divulgação/Veja SP)

“O filme impulsionou minha carreira porque era de um grande estúdio. Também fiquei muito amigo do diretor, Tod Williams, que me apresentou a minha esposa, Janel Moloney.”

O Bom Pastor (2006), com Angelina Jolie e Matt Damon

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(Divulgação/Veja SP)

“É um drama de espionagem, gênero que eu adoro. Havia muita música para compor, e o diretor, Robert De Niro, teve grande paixão pelo trabalho. Ele foi maravilhoso e muito amável comigo.”

Extraordinário (2017), com Jacob Tremblay e Julia Roberts

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(Divulgação/Veja SP)

“Marcou minha carreira porque é a maior bilheteria de um longa-metragem para o qual eu fiz a trilha sonora. Além disso, foi meu primeiro filme a que meus filhos, de 8 e 6 anos, puderam assistir.”

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