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Adriano Pedrosa se destaca à frente da programação do Masp

Antes da chegada do curador, a instituição parecia enxergar muito pouco além da cultura europeia

Por Tatiane de Assis Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 3 Maio 2019, 06h00 - Publicado em 3 Maio 2019, 06h00
À frente da programação do Masp, Adriano Pedrosa se destaca (Agradecimento: Blue Note) (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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O curador Adriano Pedrosa, 54, é o nome à frente da programação do Masp, museu referência da capital. O carioca, com mestrado no americano California Institute of the Arts, assumiu o posto de diretor artístico da entidade em outubro de 2014, em uma situação nada favorável.

À época, a instituição, com acervo composto de mais de 11 000 obras, encontrava-se presa a uma moldura démodé, que parecia enxergar muito pouco além da cultura europeia. O cenário de crise se completava com um endividamento dramático que chegava à cifra de 75 milhões de reais (em 2018, esse valor caiu para 40 milhões). Nada, no entanto, paralisou Pedrosa. Sob olhares ansiosos, ele anunciou uma renovação curatorial por lá. Os movimentos de mudança tinham no horizonte o reconhecimento de narrativas e personagens marginalizados na história da arte, englobando indígenas, LGBTs, negros e mulheres.

O novo rumo dialoga também com o passado do museu, intrinsecamente ligado ao legado da arquiteta Lina Bo Bardi (1914-1992). Foi ela quem assinou o projeto do prédio retangular, que flutua na Avenida Paulista, e idealizou os cavaletes de cristal — no fim de 2015, eles seriam resgatados por Pedrosa e sua equipe. Os suportes transparentes, instalados no 2º andar, abrigam os trabalhos de modo original e, junto aos milhares de visitantes diários, parecem compor uma multidão animada, com origens e rostos diversos.

Adriano Pedrosa
À frente da programação do Masp, Adriano Pedrosa se destaca (Alexandre Battibugli/Veja SP)

Em maio, o diretor completa quatro anos e meio de gestão e contabiliza a realização de aproximadamente quarenta mostras, além do feito de uma delas, Histórias Afro-Atlânticas, ter sido escolhida uma das melhores exposições do mundo em 2018, pelo jornal The New York Times. Em cartaz desde 5 de abril, a exposição sobre Tarsila do Amaral traz a polpuda marca de, em média, 3 000 visitantes por dia.

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A constatação dos êxitos não deixa Pedrosa distante de atividades curiosas para o cargo, como a gestão do perfil do Masp no Instagram, mas o faz por poucos segundos relaxar o olhar firme, como quem rememora o caminho trilhado. De volta à postura altiva, ele fala do futuro: “Queremos nos aprofundar cada vez mais nas pesquisas que fazemos, trabalhar com maior antecedência, envolver mais pessoas e ampliar nossa relação com o púbico”.

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 8 de maio de 2019, edição nº 2633.

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