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Espaços da cidade permitem às pessoas fabricar os próprios produtos

Existem pelo menos 25 lugares do tipo na capital; dezessete deles abriram as portas de um ano para cá

Por Juliene Moretti
Atualizado em 1 jun 2017, 15h54 - Publicado em 15 out 2016, 00h00
BAMBU MAKERS
BAMBU MAKERS (Leo Martins/)
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Nos anos 70, surgiu na esteira do movimento punk uma doutrina que pregava a criação e o uso de artigos caseiros em detrimento dos industrializados. Batizada de do it yourself (faça você mesmo), ela não prosperou devido à dificuldade de acesso das pessoas comuns a matérias-primas e equipamentos. Nos últimos anos, revigorado pelo avanço tecnológico, o conceito retornou sob o nome de “movimento maker”. A novidade nesse campo é a proliferação dos espaços que disponibilizam ferramentas e oferecem cursos para que os usuários fabriquem os próprios produtos. Existem pelo menos 25 lugares do tipo na capital. Dezessete deles abriram as portas de um ano para cá.

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Cinco integram o projeto Fab Lab, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos. Nos endereços paulistanos, é possível utilizar máquinas como impressora 3D, fresadora e cortadora a laser para criar itens que vão de acessórios, como brincos e relógios, a fliperamas. Em um dia da semana, que varia em cada local, a entrada é gratuita. Nos demais, o interessado precisa participar de cursos ou apresentar o projeto de um protótipo mais ousado, como um braço mecânico, e pagar por hora (entre 60 e 160 reais) para manusear os equipamentos. A rede está presente em instituições como o Insper, a Universidade de São Paulo e o Espaço Cultural Porto Seguro.

O principal ponto é o Garagem Fab Lab, em um prédio de três andares na Barra Funda. “Há frequentadores que montam sistemas de automação ou fabricam mesas, enquanto outros resolvem problemas mais simples, como criar uma pequena peça em 3D para consertar um fone de ouvido quebrado”, diz um dos diretores do local, o designer Tauan Bernardo.

Pichinin DIY
Pichinin DIY ()
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Há outros espaços do gênero que não têm relação com o programa da universidade americana. O maior deles é o Engenho Maker, um galpão de 600 metros quadrados no Instituto de Engenharia, na Vila Mariana, que oferece uma área para marcenaria, além dos equipamentos tecnológicos. O frequentador pode optar pela mensalidade de 500 reais ou pela diária de 100 reais, e técnicos auxiliam na execução de projetos mais elaborados. Na Vila Madalena funciona o Lilo.Zone, voltado para a produção de roupas, objetos de iluminação em impressoras 3D, entre outros. “Comecei construindo bancos e agora crio luminárias”, diz o analista Washie Pichinin.

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A efervescência do setor motivou a realização de um festival, o FAZ, com início agendado para sexta, 14 (o encerramento ocorrerá no domingo, 16). Sediado no Red Bull Station, no centro, o evento contará com uma série de cursos. Um dos ateliês, aos cuidados da LA Bambu, ensinará a produzir peças com bambu. “Eu achava que não ia conseguir”, lembra o bombeiro Donizete Soares. Sob a supervisão do grupo, ele montou uma bicicleta completa com o material no começo do mês. “Trabalhei uma semana para terminar”, afirma.

ONDE CRIAR

Engenho Maker. Av. Dr. Dante Pazzanese, 120, Vila Mariana.

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Garagem Fab Lab. Rua Dr. Ribeiro de Almeida, 166, Barra Funda.

Lilo.Zone. Rua Harmonia, 797, Vila Madalena.

Mundo Maker. Rua Harmonia, 896, Vila Madalena.

PortoFabLab. Alameda Barão de Piracicaba, 610, Campos Elíseos.

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