Lucas, do Fresno, fala sobre disco e indica passeios rock ‘n’ roll
De volta à independência, banda lança seu sexto álbum,<em> Infinito</em>
Com treze anos de carreira, uma legião de fãs dedicados e cinco discos lançados, a banda gaúcha Fresno talvez não precisasse provar nada a ninguém. Mas, em 2012, o quarteto liderado pelo vocalista e guitarrista Lucas Silveira encontra-se em uma fase decisiva, em nada confortável: de volta à independência após o rompimento com a gravadora Arsenal/Universal, no fim do ano passado, o grupo lança o álbum mais arriscado (e maduro) de sua trajetória, Infinito.
“Não tem mais aquele taxímetro ligado no estúdio. A metodologia de gravação ficou mais ágil. Tudo era questão de entrar no estúdio e achar o som”, explica Lucas, de 28 anos, que também produz o CD. A seguir, Lucas indica os passeios mais rock ‘n’ roll da cidade. Em seguida, o músico responde a três perguntas sobre a banda
►QUATRO LUGARES ROCK ‘N’ ROLL EM SÃO PAULO
Cine Joia – “É a melhor casa de shows. Às vezes vou a um show que eu nem queria ir e acabo me surpreendendo. O lugar é ótimo e a seleção de bandas, muito boa. Também fazem festas ótimas. Vi um show do The Rapture que achei muito bom.”
Beco 203 – “Tem shows e baladas de rock muito boas. Começou em Porto Alegre e é a casa mais forte da Augusta para shows. Lancei meu projeto solo (Beeshop) e fiz vários shows.”
Vegacy – “É um restaurante vegan na Augusta frequentado por um pessoal que é muito do rock, do hardcore. É muito legal dar um rolê de bike e acabar parando ali. Sempre encontro amigos de outras bandas, principalmente de hardcore.”
Milo Garage – “É uma casa bem indie, que acabou de reabrir na Pompeia. É muito legal para conhecer sons novos. Hoje em dia, as baladas estão caindo mais para o pop, e lá só toca rock.”
► TRÊS PERGUNTAS
VEJASÃOPAULO.COM: Na prática, o que mudou com a saída de uma grande gravadora?
LUCAS: O processo de gravação ficou mais ágil. Gravamos de um jeito mais calmo. Até atrasamos um pouco, mas não foi por vagabundagem nossa. É que queríamos incluir mais cordas, experimentar mais, fazer uma coisa diferente.
O disco é diversificado. A meta é surpreender o público?
A gente tenta surpreender sempre, deixar bem explícito uma diferença nas coisas que a gente faz. O mercado tenta agrupar as bandas em uma cena, de acordo com uma determinada época. Então tem o new wave, o grunge, o emo… Nossa preocupação foi sempre fazer algo diferente. Antes, essas diferenças podiam incomodar. Ficava mais dfícil (para a gravadora) trabalhar o álbum, então eles lançavam as músicas que eram mais parecidas com o resto. Hoje a gente nota que as bandas da nossa geração, como o NX Zero e o Strike, soam cada vez mais diferentes umas das outras.
Essas novidades podem incomodar também os fãs?
Não. Temos uma legião de fãs exatamente por eles terem percebido essa verdade que existe na nossa música. Quando a gente saiu do underground para a gravadora, não perdemos tantos fãs, como geralmente acontece. Acabamos ganhando uma liberdade maior, com o tempo. Hoje em dia as fórmulas das gravadoras estão caindo por terra. O que fez as bandas ficarem muito iguais foi a ditadura de ter que tocar no rádio… Isso está caindo. Hoje em dia, com a internet, tudo já é mais segmentado. Isso garante mais liberdade para quem está trabalhando com música. Todo mundo faz o que quer.