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Livro traz história e fotos inéditas de mosteiro no centro de SP

Projetado por Frei Galvão, primeiro santo brasileiro, o local é lar do Museu de Arte Sacra e de ordem de freiras reclusa que vive em clausura

Por Guilherme Queiroz
Atualizado em 27 Maio 2024, 19h29 - Publicado em 1 out 2021, 06h00
sala de coro das freiras do mosteiro, com bastante madeira na constituição, no chão e nos bancos, que ficam em paredes opostas. no centro, poucas cadeiras, diferenciadas
Sala do coro das freiras do mosteiro: fotos inéditas da área de clausura da Ordem das Irmãs Concepcionistas no livro Mosteiro da Luz (Maíra Acayaba/Divulgação)
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Bem ali, na beira da Avenida Tiradentes, um dos últimos edifícios remanescentes construídos em taipa de pilão da capital paulista. Sede de uma igreja onde descansa Frei Galvão (1739-1822), casa da Ordem das Irmãs Concepcionistas e do Museu de Arte Sacra. No próximo sábado (2), o livro Mosteiro da Luz, obra póstuma do arquiteto Benedito Lima de Toledo (1934-2019), será lançado naquele mesmo endereço, a partir das 10 horas.

Os aficionados da história paulistana encontram na publicação inúmeras curiosidades e fotografias antigas que retratam a origem daquele complexo, fundado como mosteiro oficialmente em 1774, mas que começou como uma pequena igreja em 1603, quando um imigrante português criou ali um lar para a imagem de Nossa Senhora da Luz trazida por ele da região de Lisboa e que está exposta no museu.

Retábulo da Nossa Senhora da Luz, com imagem da santa
Retábulo da Nossa Senhora da Luz (Reprodução/Acervo Museu de Arte Sacra de São Paulo/Divulgação)

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“Esse livro é um desdobramento de uma outra edição feita pelo Benedito sobre o Frei Galvão”, explica o arquiteto Marcello de Oliveira, que é o diretor de arte e editor da publicação. Primeiro santo brasileiro, Galvão assumiu a missão de arrecadar fundos e projetar o mosteiro, que foi construído no formato atual entre 1788 e 1822, com exceção de uma ampliação no início do século XX. “Ele recebeu a incumbência de colocar em prática a construção, para poderem abrigar as freiras. O frade é o padroeiro dos engenheiros e arquitetos”, diz Oliveira.

A técnica adotada para o prédio, a de taipa de pilão — onde dois pranchões são dispostos paralelamente com um vão de cerca de 50 centímetros entre eles, que é preenchido de barro socado —, pode ser vista a olho nu na cela onde viveu Galvão, preservada no local.

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Outro ponto são as dezenas de fotografias da área de clausura das doze freiras que ali vivem, na parte do edifício que não é acessível ao público. “É um dos raros registros recentes desse espaço das freiras, com as áreas de oração, a biblioteca, o coro. As fotos foram feitas pela Maíra Acayaba e o local só pode ser acessado por mulheres”, explica Marcello.

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Benedito Lima de Toledo, o autor, morreu aos 85 anos como um exímio pesquisador da história paulistana. Membro da Academia Paulista de Letras, era professor titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Mosteiro da Luz, da editora KPMO Cultura e Arte, tem 180 páginas e será vendido por 89 reais.

Capa do livro Mosteiro da Luz, com desenho da fachada do mosteiro, da Nossa Senhora da Luz e escrito
Capa do livro Mosteiro da Luz (Divulgação/Divulgação)
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foto antiga de Benedito Lima de Toledo de terno discursando ao microfone
Benedito Lima de Toledo, autor do livro Mosteiro da Luz, que morreu aos 85 anos (Divulgação/Divulgação)

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Publicado em VEJA São Paulo de 6 de outubro de 2021, edição nº 2758

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