Veja “Júlia” e outros espetáculos que usam projeções em vídeo no palco
Os recursos audiovisuais também podem ser utilizados no teatro; <em>Córtex</em> e <em>Maratona de Nova York</em> são bons exemplos
Parte da Mostra Strindberg – que reúne filmes, peças e leituras baseados na obra do dramaturgo sueco August Strindberg (1849-1912) – o espetáculo Julia, baseado na obra Senhorita Julia está em cartaz no Sesc Belenzinho. Escrita no fim do século XIX, o espetáculo narra uma história de amor impossível entre a filha de um fidalgo (Julia Bernat) e um criado (Rodrigo dos Santos).
Um dos diferenciais desta montagem é o cenário, composto de painéis móveis, onde o público pode assistir à cenas pré-gravadas e também às que ocorrem no palco. A ideia é de Christiane Jatahy, conhecida por misturar, em seus espetáculos, a linguagem teatral com a cinematográfica.
Confira abaixo outros espetáculos que também utilizam recursos audiovisuais no palco para surpreender o espectador:
Projeções de vídeo criam o cenário da peça. Um sistema de câmera com seis lentes e software de efeitos gráficos funciona muito bem como uma moldura para a história dos corredores Mario e Steve. Simples e sem pirotecnia.
No documentário cênico que conta a história de Luis Antonio, irmão do diretor Nelson Baskerville, imagens entram em cena para complementar a narrativa. Homossexual, Luis se afastou de sua família conservadora para viver sob o nome de Gabriela, na Espanha, onde morreu de Aids. Algumas cenas do espetáculo acontecem na coxia, momento no qual um dos atores filma a ação, que é projetada para o público.
Utilizar ambientes do Bom Retiro para contar a história do bairro paulistano é o objetivo do espetáculo do Teatro da Vertigem. Dentro de lojas, calçadas, cruzamentos e um teatro atualmente fora do circuito cultural da cidade imagens podem ser projetadas sem aviso prévio.
Aqui, a função das projeções é funcionar como um resgate de memória dos cinco personagens que conversam sobre o vazio de suas vidas enquanto uma delas espera por uma possível notícia trágica sobre seu pai.
O monólogo protagonizado por Otávio Martins e dirigido por Nelson Baskerville (o mesmo de “Luis Antonio – Gabriela”) lança mão de recursos audiovisuais para fazer o espectador viajar nos pensamentos atormentados do protagonisa, que acredita ter envolvimento no sumiço da própria mulher. Trechos do livro A Sonata de Kreutzer, de Tolstói, também são revelados, em vídeo.
Mistura de realidade e ficção, a peça tem câmeras ao vivo no palco – com edição de vídeos em tempo real feita pelo diretor Esmir Filho – e multitelas que dialogam com os atores em cena. Falado em quatro línguas, o espetáculo utiliza o recurso de legendas em português.