Carcarah recria lugares de São Paulo com nanquim e aquarela
O ilustrador e ator expõe no Teatro & Bar Cemitério de Automóveis a partir de quinta (7)
![](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2018/05/q5-anfetamina-e-mel.jpg?quality=70&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
Pinheiros, Brás, Brooklin e Barra Funda são alguns dos bairros que o ilustrador e ator Carcarah retrata na exposição São Paulo Cidade Fantasma, em cartaz no Teatro & Bar Cemitério de Automóveis a partir de quinta (7 de junho).
O artista conta que as localidades refletem seus percursos pela capital, feitos de carro, ônibus ou a pé. Apesar da presença de cores nos 26 trabalhos exibidos, o olhar lançado à capital é melancólico. São Paulo aparece como se estivesse acordando.
![Q19 Quando Nao To Bebendo To Sentindo Dor](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2018/05/q19-quando-nao-to-bebendo-to-sentindo-dor.jpg?quality=70&strip=info&w=650)
“Alguns desenhos nascem de incursões noturnas. Vou com a minha namorada, por exemplo, dar um rolê no Parque Dom Pedro. Lá, de madrugada, fica muito sinistro, um clima industrial e antigo, só o pessoal do Mercadão trabalhando. Estudo o lugar, tiro foto e volto pra casa. Lá, não dá para desenhar, né?”, explica Carcarah.
Na confecção das obras, processo que leva quase um mês, ele usa nanquim, aquarela e marcadores. “É uma mistura muito louca de materiais, nem sei como entrei nessa. Os marcadores e o nanquim aparecem nos contornos. As cores surgem com a aquarela, que estoura. Não dá para ter controle, fica meio inesperado o resultado, tem que esperar secar.”
Um elemento que chama atenção nas obras é o céu: independente dos tons utilizados, ele surge sempre revolto. Outro aspecto importante é a forma como ele trabalha a iluminação. Em contraste às edificações que surgem bem delineadas, as luzes são menos pontuais e mais fugidias.
![Q18 De Ponta Cabeça](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2018/05/q18-de-ponta-cabec3a7a.jpg?quality=70&strip=info&w=650)
São Paulo é uma constante nos trabalhos de Carcarah. “Andar nas ruas me equilibra”, diz ele. Em 2016, também no Cemitério de Automóveis, ele apresentou trinta trabalhos em referência à cidade. A atual mostra sobre a capital segue até 8 de julho, de terça a domingo, das 19h às 23h. A entrada é gratuita.