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Campeonato de e-sports distribui R$15 milhões em prêmios no Ibirapuera

Evento ocorre neste final de semana, tem equipes brasileiras em busca do pódio e acontece pela primeira vez fora do Canadá com presença de público

Por Guilherme Queiroz
23 fev 2024, 06h00

Nos próximos dias, o Ginásio do Ibirapuera deve reunir mais de 10 000 pessoas nas arquibancadas para assistir à final de um campeonato de “e-sport”, ou esporte eletrônico —aquilo que antigamente se chamava de videogame.

Com a presença de times internacionais e praticamente todos os ingressos esgotados, o Six Invitational começou no dia 13 e segue até domingo (25), com a presença de público nas decisões disputadas a partir de sexta (23). Os times duelam no Rainbow Six Siege, um jogo de tiros em primeira pessoa (o jogador tem a visão do personagem), em que equipes de cinco se enfrentam — cada grupo ataca ou defende, a depender da rodada.

Os “e-atletas” vêm de países como Estados Unidos, Japão e Austrália. O Brasil tem cinco times entre os vinte que disputam o mundial. Somente seis chegam às finais para brigar pela premiação de 3 milhões de dólares, cerca de 15 milhões de reais. Será a primeira vez que o Six Invitational é disputado com presença de público fora do Canadá, onde o jogo foi desenvolvido.

O campeonato é organizado pela Ubisoft, empresa francesa de jogos. “O país foi escolhido pelo bom momento que vivem os times brasileiros e também pelos milhares de jogadores que temos aqui”, explica Leandro Mon toya, 43, diretor de e-sports da Ubisoft para a América Latina.

Neste ano participam os times brasileiros w7m, LOS, Ninjas in Pyjamas, FaZe Clan e Team Liquid. “Para chegar ao Invitational, eles competiram e somaram pontos ao longo de 2023”, explica Montoya. Cada partida é dividida em etapas, os chamados rounds. Quem ganhar sete rounds primeiro vence.

Entre os brasileiros proeminentes na modalidade está o paranaense Lorenzo Volpi, 22, conhecido como Lagonis, capitão da equipe da Team Liquid, uma empresa europeia de equipes de e-sports. “No jogo, atuo em uma posição similar à de um zagueiro no futebol. Estudo o nosso plano e dou suporte”, explica.

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Imagem mostra Lorenzo vibrando com o que parece ser uma vitória, com a boca aberta e os punhos cerrados erguidos na altura do rosto. Ele está sentado em uma cadeira gamer, na frente de um computador
Lorenzo, da Team Liquid: brasileiros na disputa (Eric Ananmalay/ Ubisoft/Divulgação)

Na infância, Volpi era apaixonado por esportes e praticou natação judô e futsal até se encontrar no tênis, com o qual chegou a ganhar campeonatos. “Mas me machuquei, tive uma lesão que me tirou das quadras aos 13 anos”, ele diz. No período lesionado, a vida deu uma guinada. “Comecei a jogar Rainbow Six e me apaixonei por fazer lives das partidas”, conta Lagonis, que tem mais de 200 000 seguidores na plataforma Twitch, usada pelos streamers.

Aos 16 anos, ele já treinava em equipes amadoras que se destacavam. Aos 18, recebeu um convite do time profissional Black Dragons. “Para se profissionalizar, você precisa ser maior de idade”, explica. A primeira grande conquista veio no Mexico, em 2021, quando liderava uma segunda equipe, a Team oNe.

Em 2022, Lorenzo passou a jogar para a Team Liquid, por isso mora em um prédio que a empresa equipou para os e-sports na Avenida Angélica, na região central. O edifício de treze andares tem dormitórios para 38 jogadores e é onde a equipe de Rainbow Six treina e se concentra para os jogos. Na maior parte da semana, os atletas seguem uma rotina que se inicia às 13h e vai até as 20h.

Por via das dúvidas, quando começou a treinar profissionalmente, ele também se inscreveu em uma faculdade de publicidade e propaganda. “Fiz a matrícula e tranquei o curso por um ano, para voltar caso ser jogador não desse certo”, lembra.

“No Ibirapuera, teremos meet and greet (encontros para os fãs) com jogadores e influenciadores, além de shows de música”, diz Mon toya. Os ingressos, praticamente esgotados, custam de 25 a 700 reais. Na arquibancada, os torcedores podem esperar uma atmosfera parecida com a de uma partida de futebol, com direito inclusive a torcidas organizadas e bateria.

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Imagem mostra bateria tocando em espaço aberto, com três pessoas em primeiro plano, uma com um grande surdo, outra com uma ripa e outra com uma caixa. Todos são homens
A bateria Dezorganizada Furiosa: percussão e cantos para todos os times da casa (Fabio Padilha/Divulgação)

Um exemplo é a bateria Dezorganizada Furiosa, criada pelo carioca Yuri Vasconcelos, 34, uma presença constante em eventos voltados ao público gamer na capital paulista, como a Comic Con Experience e a Brasil Game Show. “A ideia surgiu em 2022, quando levei um surdo para um campeonato de Counter Strike (outro jogo de tiro)”, conta Vasconcelos, que também atua como diretor de comunidades da Furia, uma organização voltada aos esportes eletrônicos.

Vasconcelos, então, formou um grupo com outros torcedores que também passaram a levar instrumentos de percussão e a entoar cantos para empurrar as equipes brasileiras nas partidas de games como League of Legends, Valorant e Rainbow Six.

“No total, já temos cinquenta pessoas na nossa organizada”, ele conta. Nos próximos dias, vão se juntar ao coro de mais de 10 000 pessoas no ginásio que já recebeu Jogos PanAmericanos, mundiais de basquete e vôlei e partidas de tênis da ATP — dessa vez, porém, a disputa estará apenas nas telas. ■

Publicado em VEJA São Paulo de 23 de fevereiro de 2024, edição nº 2881

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