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O filmes nacionais independentes que estreiam neste ano

Produzidos fora do eixo Rio-São Paulo, longas como <em>Boa Sorte, meu Amor</em> e <em>Eles Voltam</em> são apostas para repetir o bom desempenho do pernambucano <em>O Som ao Redor</em>

Por Tiago Faria
Atualizado em 1 jun 2017, 17h47 - Publicado em 22 mar 2013, 14h05
Boa Sorte, Meu Amor
Boa Sorte, Meu Amor (Divulgação/)
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Há quase três meses em cartaz, o drama O Som ao Redor vem mostrando que o circuito brasileiro de cinemas tem sim espaço para filmes independentes que, desenvolvidos à margem do eixo Rio-São Paulo, não seguem a fórmula de sucesso das comédias produzidas com apoio da Globo Filmes. O longa do pernambucano Kleber Mendonça Filho, elogiado pelo jornal New York Times e pela edição inglesa da revista Time Out, já atraiu 86 mil espectadores, com nove cópias ainda em circulação no Brasil.

A ótima repercussão do filme tende a abrir espaço para outros longas também provocativos e premiados, de baixo orçamento, assinados por diretores não apenas de Pernambuco, mas também do Ceará, do Distrito Federal e do Amazonas. Nesta sexta (22) estreia o cearense Rânia, exibido no Festival de Roterdã e no Festival do Rio. Confira abaixo uma lista de próximos filmes brasileiros que também devem dar o que falar:

BOA SORTE, MEU AMOR

O longa pernambucano foi um dos destaques da Mostra de São Paulo de 2012, que também exibiu O Som ao Redor. Em comum, os filmes discutem as marcas deixadas pelo passado latifundiário do sertão na vida de pessoas comuns, que vivem nos dias hoje. Dirceu, que trabalha em uma empresa de demolição, e Maria, uma estudante de música. A presença da moça contestadora faz com que ele embarque em uma fuga, em busca de mudanças. O longa, assinado por Daniel Aragão (assistente de direção em Cinema, Aspirinas e Urubus), venceu o prêmio de melhor direção no Festival de Brasília e será lançado ainda no primeiro semestre de 2013.

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A Cidade é uma Só?
A Cidade é uma Só? ()

A CIDADE É UMA SÓ?

Vencedor do prêmio da crítica na Mostra de Tiradentes de 2012, o documentário brasiliense dirigido por Adirley Queirós traz à tona um assunto polêmico: a exclusão dos mais pobres na capital do país. Moradores das chamadas cidades-satélite, eles vivem longe do setor principal da cidade, ignorados pelo poder público. O diretor fez o curta Rap, o Canto da Ceilândia, premiado no Festival de Brasília. O longa, que será distribuído pela Vitrine Filmes, tem previsão de estreia para o segundo semestre.  

Cine Holliúdy
Cine Holliúdy ()
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CINE HOLLIÚDY

A comédia cearense será distribuída no circuito pela carioca Downtown Filmes, ainda no primeiro semestre deste ano. Exibida no Festival de Brasília de 2012, relembra o período da década de 70 em que a TV chegou ao interior do Ceará, ameaçando as salas de cinema das cidades pequenas. Um homem, chamado Francisgleydisson, lutará com criatividade para manter o apelo das salas de projeção. Dirigido por Halder Gomes.

Doméstica
Doméstica ()

DOMÉSTICA

O pernambucano Gabriel Mascaro, diretor de Avenida Brasília Formosa (2010), exibido em Roterdã, fez um dos documentários mais elogiados da edição de 2012 do Festival de Brasília. A premissa é das mais originais: sete adolescentes aceitaram filmar, no período de uma semana, as empregadas domésticas que trabalham para elas. A partir desse material, o diretor montou um longa sobre afeto e trabalho no ambiente familiar. Será distribuído pela Vitrine Filmes no segundo semestre.

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Eles Voltma
Eles Voltma ()

ELES VOLTAM

Um dos destaques do Festival de Brasília de 2012 dividiu o prêmio de melhor longa de ficção com Era uma Vez Eu, Verônica, de Marcelo Gomes. O roteiro da fita pernambucana acompanha a jornada – com um quê de fábula – de dois personagens adolescentes que são abandonados na estrada por seus pais. O diretor Marcelo Lordello havia participado do Festival de Brasília com Vigias (2010), seu longa anterior. O filme será lançado no segundo semestre pela Vitrine Filmes.

A Floresta de Jonathas
A Floresta de Jonathas ()
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A FLORESTA DE JONATHAS

Produzido no Amazonas, o longa de Sérgio Andrade, que competiu no Festival do Rio, conta a história de um adolescente que vive com os pais e o irmão em um sítio na área rural do estado. Ele colhe e vende frutas em uma barraca na beira da estrada, onde trave contato com as novidades do país. A ideia do diretor é criar um contraste entre a vida interiorana dos personagens e as experiências universais que eles ganham ao conhecer estrangeiros que transitam na região. O longa será lançado no segundo semestre pela Vitrine Filmes.

As Hiper Mulheres
As Hiper Mulheres ()

AS HIPER MULHERES

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Entre o documentário e a ficção, o longa foi elogiado no Festival de Brasília e no Festival de Gramado por mostrar o cotidiano de uma aldeia indígena sem clichês. Um dos três diretores do longa, Takuma Kuikuro, aprendeu cinema nas oficinas do projeto Vídeo nas Aldeias e juntou-se a Carlos Fausto e Leonardo Sette para desenvolver um projeto sobre o Jamurikumalu, o maior ritual feminino do Alto Xingu (MT). Na trama, um homem, que teme a morte de sua esposa idosa, pede ao sobrinho que realize o ritual para que ela possa cantar mais uma vez. Estreia em 26 de abril.

Kátia

Kátia

KÁTIA

Exibido no Festival de Brasília e na Mostra de SP de 2012, o documentário piauiense mostra o perfil de Kátia Tapety, a primeira travesti eleita a um cargo político no Brasil. Ela foi eleita vereadora três vezes, além de ter atuado como vice-prefeita. Para produzir o longa, a diretora Karla Holanda conviveu com ela por 20 dias no pequeno município onde vive, no sertão do Piauí. O lançamento está previsto ainda para o primeiro semestre.

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