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Fernando Prass: gaúcho se firma como ídolo no Palmeiras

Atleta, que não foi forjado na tradicional escola de goleiros do clube, garante título da Copa do Brasil ao defender pênalti e converter cobrança

Por Alexandre Nobeschi e Sérgio Quintella
Atualizado em 1 jun 2017, 16h27 - Publicado em 5 dez 2015, 23h00
Fernando Prass
Fernando Prass (Ivan Pacheco/)
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Embaixo das traves do Palmeiras, Oberdan Cattani, Valdir Joaquim de Moraes, Leão e Marcos tornaram-se ídolos máximos com apresentações de gala, defesas notáveis e títulos. Chegaram jovens e ajudaram a erguer uma dinastia de grandes goleiros do clube. A força dessa escola, no entanto, sempre criou uma sombra para os arqueiros trazidos de fora. O gaúcho Fernando Büttenbender Prass, de 37 anos, quebrou essa sina e conquistou de vez o coração da torcida palestrina ao brilhar na disputade pênaltis da final da Copa do Brasil contra o Santos na última quarta (2).

Pegou um dos chutes e, com uma bombade pé direito, como se fosse um artilheiro, marcou o gol que selou a vitória do Verdão. Antes disso, na semifinal contra o Fluminense, também resolvida nos pênaltis, já havia agarrado uma cobrança. Por essas e outras, virou o “São Prass”. “Marcos é santo. Prass é beato. No clube do Divino, sempre tem espaço para mais um. É como coração de mama”, brinca o jornalista e palmeirense Mauro Beting, da rádio Jovem Pan.

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Com passagens por Grêmio, Coritiba e Vasco, Prass chegou ao Parque Antártica no fim de 2012, com o peso de substituir o goleiro Marcos, xodó eterno da torcida, o que ele considera um dos maiores desafios da carreira. “Eu era criticado até quando não pegava pênalti, pois tinha gente que falava que se fosse o Marcos teria pego”, lembra.

Apesar das comparações, conseguiu se firmar ao conquistar a Série B do Brasileiro de 2013 e trazer a equipe de volta à primeira divisão. Um ano depois, machucado, deixou o palmeirense à beira de um ataque de nervos quando o desempenho do time desceu a ladeira e o clube quase acabou novamente rebaixado. O plantel só se aprumou com a volta do goleiro. “Os reservas não deram conta do recado e o Palmeiras só começou a jogar melhor quando ele voltou”, entende o comentarista Paulo Vinicius Coelho, da Fox Sports e da Folha de S.Paulo.

Fernando Prass
Fernando Prass ()
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O novo ídolo do Verdão nasceu em Porto Alegre, em uma família de classe média. O avô, Lúcio Valdomiro, envergou a camisa do hoje extinto Grêmio Esportivo Renner. O pai, Arthur, não atuou profissionalmente, mas sempre foi um entusiasta da bola e acompanhou o filho nas primeiras peladas na Associação Atlética Independente de Viamão, no Rio Grande do Sul.

De tão fanático pelo filho, mantém um restaurante na praia da Guarda do Embaú, em Santa Catarina, onde vive hoje. O estabelecimento é um verdadeiro santuário: fotos, camisas e luvas do defensor decoram o ambiente. “Sou gremista, mas já torci para o Vasco e hoje torço para o Palmeiras. Porém, acima de tudo, sou Prass Futebol Clube”, orgulha-se o pai coruja.

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Embora demonstrasse talento para o futebol desde cedo, o garoto também possuía habilidade em outras modalidades, como o tênis. “O Fernando se dava muito bem com a raquete e teria tudo para ser um bom profissional desse esporte, só que o futebol falou mais alto”, lembra Luciano Sessim, diretor de marketing da rede Petz e amigo de infância. Os dois disputavam o mesmo espaço no Viamão. “Ele já tinha naquela época a gana de ser atleta”, completa Sessim.

Quando chegou a São Paulo, Prass não dispensou dois hábitos do Sul: o chimarrão e o churrasco. Não é incomum vê-lo tomar seu mate nos intervalos dos treinamentos. O carvão ele queima em sua casa em Alphaville, onde mora com a esposa, Letícia, e o casal de gêmeos Caio e Helena, de 8 anos. No tempo livre, curte rock (se for dos Rolling Stones, melhor), prefere lugares calmos a baladas e costuma ter um livro e um jornal à mão.

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“Gosto muito dos editoriais e da parte de economia”, afirma. Recentemente, devorou As Espiãs do Dia D, um calhamaço de 448 páginas escrito pelo galês Ken Follett e que tem como pano de fundo a II Guerra Mundial. Pode ser um sinal de que ele já está se preparando para as próximas batalhas nos gramados.

Quatro curiosidades sobre o craque

MÚSICA: Curte rock. Sua banda preferida são os Rolling Stones, mas também gosta de U2 e Coldplay

LEITURA: Não dispensa jornais nem livros. Está lendo As Espiãs do Dia D, de Ken Follett

APELIDO: Na infância, como não sabia pronunciar o nome, dizia apenas “Nonô”, que virou apelido

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ÍDOLO: Embora jogue em um time que teve grandes goleiros, seu espelho é Taffarel

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