Domingos Oliveira retorna às telas com dois longas-metragens
'Paixão e Acaso' e 'Primeiro Dia de um Ano Qualquer' trazem boas reflexões sobre relacionamentos
Em 28 de setembro, Domingos Oliveira completou 77 anos. Ele, contudo, mantém o pique à frente e atrás das câmeras. Sua filmografia consiste, basicamente, em abordar relacionamentos amorosos de acordo com sua maneira de pensar. São fitas autorais, nas quais ele também atua na maioria das vezes, que tratam das complexas relações que envolvem sexos opostos. Seus dois recentes trabalhos, que transitamentre a comédia, o romance e o drama, chegam juntos às telas.
Em Primeiro Dia de um Ano Qualquer, Maitê Proença interpreta uma colunista que, em sua casa na serra fuminense, recebe uma turma de amigos no Réveillon. Num acalorado debate dos personagens sobre infidelidade conjugal, casais se desfazem e nascem novos pares. Em um dos quiproquós, surge a dúvida da protagonista sobre namorar um cara bem mais novo, possivelmente interessado em sua jovem filha (Tammy DiCalafori). O estilo de Oliveira está em cena: diálogos saborosos em uma realização despretensiosa, toda ambientada na bela propriedade de Maitê.
Um pouco “arrumadinho”, talvez por ser baseado em sua peça Turbilhão, Paixão e Acaso flagra um triângulo amoroso incomum. Há muitos anos sem transar, a psicanalista Inês (Vanessa Gerbelli) se encanta por um rapaz sedutor (papel de Pedro Furtado). Logo depois, conhece um pianista viúvo (Aderbal Freire-Filho). Mal sabe ela que se apaixonou por pai e filho. O roteiro abre espaço para dois dispensáveis pacientes da analista, mas a história segue acesa pelos tumultuados casos de amor dela.