Discoteca do Centro Cultural São Paulo comemora oitenta anos
Com um acervo de mais de 70 000 álbuns, o espaço celebra oito décadas em meio a renascimento do vinil
Paraíso dos amantes dos antigos vinis, a Discoteca Oneyda Alvarenga surgiu em 1935. Teve diversos endereços, entre eles o Teatro Municipal e a Rua Catão, na Lapa, antes de se instalar definitivamente no Centro Cultural São Paulo, na Rua Vergueiro, em 1982.
Hoje, possui cerca de 45 000 discos de 78 rotações por minuto (rpm) e outros 26 000 LPs de 33 1/3 rpm, além de 1 700 CDs e um acervo impresso com 62 000 partituras. O catálogo vai do compositor austríaco Franz Schubert à banda inglesa The Smiths e inclui raridades como o trabalho de Baiano, apelido do cantor Manuel Pedro dos Santos, registrado entre 1902 e 1904.
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“Com o renascimento do interesse pelo vinil, a discoteca adquiriu novo status”, avalia o diretor da instituição, Pena Schmidt. O acervo, que está sendo digitalizado, foi reaberto ao público em fevereiro. “Os antigos continuam vindo matar a saudade, mas hoje o maior público são os jovens”, conta Schmidt.
O local, que completa oitenta anos, foi batizado em homenagem à etnógrafa e folclorista mineira Oneyda Alvarenga. Ela chegou a São Paulo aos 19 anos para estudar música. Aqui, teve aulas com o escritor (e exímio professor de piano) Mário de Andrade. Anos mais tarde, ele a tornaria chefe da então Discoteca Pública Municipal, embrião do atual serviço. Oneyda permaneceu no cargo até 1968.