Diego Montez, após sucesso em novela, faz musical no papel do pai
O ator paulista conquistou o público como o Willian de 'Bom Sucesso' e estreia em março o espetáculo 'Silvio Santos Vem Aí'
Com o último capítulo da novela Bom Sucesso, exibido pela Rede Globo nesta sexta (24), o ator Diego Montez encerra um ciclo inédito em uma década de carreira. O paulista de 27 anos alcançou projeção massiva graças ao personagem Willian, que lhe rende abordagens constantes, inclusive nas áreas comuns do prédio onde mora, na Bela Vista. O rapaz gay, irônico e diretor de marketing da Editora Prado Monteiro caiu nas graças do público e dos autores Rosane Svartman e Paulo Halm. Willian ganhou um par romântico, Pablo (interpretado por Rafael Infante), e os dois trocaram um selinho em pleno horário das 7.
Em outra surpreendente cena, levada ao ar no dia 18, Diego cantou a música Geni e o Zepelim, de Chico Buarque, depois da morte de Gisele (papel de Sheron Menezzes). A internet adorou. “O mais legal dessa empatia é que ninguém me chama para falar sobre o Willian ser gay”, afirma. “Sua personalidade, alegre e debochada, é muito mais destacada que a sexualidade.”
Férias com o fim das gravações, nem pensar. O ator aproveita a ótima fase e trabalha muito. Desde o início de janeiro, ele ensaia a comédia musical Silvio Santos Vem Aí, de Marilia Toledo e Emilio Boechat, que estreia em 13 de março no 033 Rooftop Santander. Além de dar vida ao cantor Sidney Magal e ao empresário José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, Diego vai driblar a emoção para representar Wagner Montes, seu pai. O apresentador e jurado do programa de Silvio morreu em janeiro de 2019, duas semanas antes de o filho ser confirmado em Bom Sucesso. “O sonho do meu pai era me ver na Globo. De alguma forma, ele deve ter ficado feliz”, diz o artista, que foi reprovado em doze testes para o elenco da série Malhação e passou por novelas do SBT e da Record.
O filho de Wagner Montes e da atriz Sônia Lima é louco pelos folhetins mexicanos. “Eu não fui formado pela Disney, cresci vendo A Usurpadora, Maria do Bairro, Maria Mercedes e toda aquela teledramaturgia transmitida pelo SBT”, reconhece. Logo em seguida cita outra referência, mais da alta cultura. Diz que, aos 16 anos, dissertava sobre Crime e Castigo, julgando ter entendido o complexo romance do russo Fiódor Dostoiévski.
Assim, foi disparado o gatilho para estudar roteiro e cursar a faculdade de rádio e TV, mas seu espaço se abriu no teatro, principalmente nos musicais. Cazuza — Pro Dia Nascer Feliz, A Noviça Rebelde e o fenômeno Wicked estão entre as doze produções de seu currículo. Em algumas delas, o intérprete dividiu a cena com a atriz Myra Ruiz, amiga desde 2009, quando os dois até ensaiaram um namoro. “Diego é um cara que trabalha com foco sem se contaminar com qualquer energia negativa”, conta Myra. “O ano de 2018 foi bastante difícil para ele por causa dos problemas de saúde do pai e também por ter menos trabalho, então esse sucesso compensou tudo, na hora certa.”
Diego promete trazer para a cidade ainda em março, no Teatro Raul Cortez, o musical Brilha la Luna, escrito por ele e Juliano Marceano, com base nas canções da banda Rouge. Como dramaturgo-solo, dá as caras com a peça Sim, É sobre Você, que deve produzir e dirigir no segundo semestre. “Estou na febre de fazer tudo e pôr em prática as minhas ideias, até porque o mercado dos musicais não pode parar se a gente não conseguir patrocínios maiores, como aqueles a que a minha geração se acostumou”, declara. A popularidade na novela também despertou interesse pela sua solteirice. Diego dá uma risada tímida e garante que, no momento, está sozinho. E, quem sabe, em meio ao trabalho, também na pista. Fica a dica, como diria o Willian.