Dia da Consciência Negra: cinco personalidades que marcaram São Paulo
Conheça figuras históricas negras importantes para a capital paulista, como o sambista Geraldo Filme, a escritora Carolina Maria de Jesus e o advogado Luiz Gama
O Dia da Consciência Negra é celebrado nesta quinta-feira (20) em todo o Brasil — desde o ano passado a data é feriado nacional —, e a Vejinha preparou uma lista de grandes personalidades negras que marcaram a cidade de São Paulo.
São figuras que, mesmo não sendo paulistas ou paulistanas, viveram por muitos anos aqui e construíram suas trajetórias na capital paulista. Confira a lista a seguir.
Personalidades negras importantes para São Paulo
Maria Carolina de Jesus (1914-1977) > A escritora mineira, nascida em Sacramento, se mudou para São Paulo aos 23 anos. Trabalhando como catadora de papel e vivendo na Favela do Canindé, às margens do Rio Tietê, na Zona Norte, a autora registrou o cotidiano na comunidade no seu primeiro e mais famoso livro, Quarto de Despejo (1960), com suporte do jornalista Audálio Dantas (1929-2018). Ela ainda publicou outros três livros em vida, Casa de Alvenaria (1961), Pedaços de Fome (1963) e Provérbios (1963), já após deixar a comunidade do Canindé, vivendo em Santana e depois em Parelheiros.
Luiz Gama (1830-1882) > O advogado, poeta, jornalista e abolicionista nasceu em Salvador, mas viveu a maior parte da vida em São Paulo. Foi vendido como escravizado pelo próprio pai aos dez anos e conseguiu provar sua liberdade aos dezoito. Na capital paulista, tentou cursar Direito no Largo São Francisco, mas não conseguiu por ser negro — seguiu como ouvinte, e, embora sem o diploma, podia exercer a profissão. Colaborou em diversos jornais e foi um importante líder abolicionista, conseguindo libertar mais de quinhentas pessoas escravizadas com seu trabalho. Em 1931, ganhou uma estátua no largo do Arouche, sendo o primeiro monumento público da cidade a prestar homenagem a um líder negro.
Busto de Luiz Gama, no centro: reconhecimento póstumo
Geraldo Filme (1927-1995) > Nascido em São João da Boa Vista, no interior do estado, é um dos principais nomes do samba paulista. É autor de músicas como Silêncio no Bexiga, Eu Vou Mostrar, São Paulo, Menino Grande e, claro, Tradição, seu maior sucesso, com os clássicos versos: “Quem nunca viu o samba amanhecer/Vai no Bexiga pra ver”. O artista também teve a sua contribuição no Carnaval paulistano, especialmente pela sua ligação com o Vai-Vai. Foi campeão pela escola com o samba-enredo Solano, vento forte africano, em 1976, e também foi diretor da Escola de Samba Colorado do Brás.
Tebas (1733-1811) > Joaquim Pinto de Oliveira nasceu em Santos e se tornou um grande arquiteto, especialista na cantaria, isto é, a arte de talhar pedras em formas geométricas. Enquanto escravizado, ornamentou a fachada de lugares como a antiga igreja do Mosteiro de São Bento, construiu a primeira torre da antiga Catedral da Sé (demolida em 1911) e ergueu o primeiro chafariz público da cidade, o Chafariz da Misericórdia, demolido em 1866. Conseguiu sua alforria aos 58 anos e viveu até os 90, ainda trabalhando no ramo.
Milton Santos (1926-2001) > Nascido em Brotas de Macaúbas, na Bahia, o geógrafo foi professor no Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP) a partir de 1984. Em 1997, ano de sua aposentadoria, recebeu da USP o título de professor emérito. É um dos maiores nomes da área no Brasil, com sua teoria inovadora a respeito do espaço geográfico. Ao longo de sua carreira acadêmica nacional e internacional, santos recebeu vinte títulos de Doutor Honoris Causa, como da Universidade Federal de Pernambuco, em 1999.
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