Das lições de canto para o tablado: Alessandra Maestrini e Mirna Rubim retomam apresentação de O Som e A Sílaba
Na peça de Miguel Falabella, que reestreia nesta sexta (6) no Teatro Santander, a dupla volta a ser aluna e professora
À medida que a vacinação contra Covid-19 avança em São Paulo, os palcos de teatro voltam a ser ocupados. Nesta sexta (6), reestreia no Teatro Santander a comédia musical O Som e A Sílaba, escrita e dirigida por Miguel Falabella. Ele criou duas personagens especialmente para as atrizes e musicistas Alessandra Maestrini e Mirna Rubim. “Interpreto a Sarah Leighton, que tem síndrome de Asperger, transtorno dentro do espectro do autismo. Ela toma aulas de canto com Leonor, personagem da Mirna, uma mulher incrível, corroída por mágoas. A convivência entre as duas vai quebrando as defesas que cada uma delas carrega”, descreve Alessandra, que conhece sua parceira de peça há mais de vinte anos. “A Mirna me deu aulas de canto também. A encontrei seguindo os passos da Marília Pêra. Ela e a Leonor são as melhores professoras que conheço”, se derrete a atriz, que fez parte do elenco do sitcom Toma Lá Dá Cá, escrito também por Falabella, só que com Maria Carmem Barbosa.
Além de alimentar a admiração entre as duas, as lições de música também foram o pontapé para a criação do espetáculo. “O Miguel chegou mais cedo para um encontro que teríamos. Então, pedi para ele entrar, já que quem estava lá era a Alessandra. Ele nunca tinha visto ela cantar ópera e ficou admirado”, rememora Mirna a felicidade daquele acaso. “Ele me disse brincando: ‘Vai cantar na Europa, vai ganhar dinheiro, em vez de ficar aqui, fazendo besteira na TV’”, conta às gargalhadas Alessandra, que disse ao amigo estar satisfeita. Falabella falou, então, que escreveria um texto pensando no que tinha visto. Promessa feita, Mirna recrutada, a peça estreou em 2017 e ganhou a crítica. Até agora, já recebeu seis prêmios, incluindo o Bibi Ferreira. Depois de uma curta temporada em 2019 na cidade, sua volta vai alimentar, com humor, plateias que, há um ano e meio, ansiavam pela abertura das cortinas.
+Assine a Vejinha a partir de 8,90.
Publicado em VEJA São Paulo de 11 de agosto de 2021, edição nº 2750