‘Dançando em Lúnassa’ ganha montagem que valoriza o texto
Dirigido por Domingos Nunez, o drama está em cartaz no Viga Espaço Cênico
A proeza de escalar as grandes atrizes Clara Carvalho, Denise Weinberg e Sandra Corveloni já bastaria para sustentar o interesse pelo drama Dançando em Lúnassa. Escrita pelo irlandês Brian Friel, a pe-ça ganhou direção de Domingos Nunez em uma montagem muito bem resolvida.
Ambientada nos anos 30, na casa de cinco irmãs, a trama mostra uma rotina pacata transformada por dois episódios. Veículo para o sonho, um aparelho de rádio recémadquirido contagia a família pela música. Mas o retorno da África de um irmão padre (o ator Gustavo Trestini), doente e com a memória abalada, puxa as irmãs para a realidade. Quem traz à tona as lembranças é o ator Bruno Perillo, na pele de um sobrinho, que, três décadas depois, vasculha o passado.
A unidade do elenco — completado por Fernanda Viacava, Isadora Ferrite e Renato Caldas — e a delicadeza com que Nunez cria efeitos cênicos e intercala as situações valorizam o texto. Um excesso folhetinesco, no entanto, o restringe e ficaria melhor se fosse aliviado, sobretudo no desfecho.
Avaliação ✪✪✪