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Conheça o Circo Caju, o mais novo ponto cultural da Barra Funda

Espaço, inaugurado nesta sexta (7), tem a missão de se tornar um lugar de encontro de diferentes expressões culturais da cidade

Por Laura Pereira Lima
6 nov 2025, 17h40
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Juliana e Cafi: novo fôlego para o mundo circense (Roberto Setton/Veja SP)
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A Barra Funda, terceiro bairro mais “cool” do mundo segundo a revista Time Out, acaba de ganhar um novo ponto de agito. Sediado em um sobrado de 1950, o Circo Caju recebe os primeiros espectadores nesta sexta (7), sob o comando do casal de artistas Cafi Otta e Juliana Mesquita — o “Ca” e o “Ju” que dão nome ao espaço.

O novo ponto surge com a proposta de sediar oficinas, cursos e apresentações das mais diversas artes: improviso, palhaçaria, mágica, acrobacias, malabarismo, música, dança e, claro, circo. A programação para o mês de estreia já é agitada, com espetáculos e oficinas (veja mais abaixo) — além de uma exposição com os artistas Cinthia Crelier, Ligia Yamaguti e Marcio Macena, que deve preencher as paredes de tijolo exposto a partir do dia 15.

“As artes se separaram de tal forma que parece que elas não são mais do mesmo lugar. Só que elas são. O circo sempre teve música, sempre teve teatro. Estamos fazendo essa reunião acontecer de novo”, sinaliza Cafi Otta, que começou no circo aos 10 anos de idade. Ele e Juliana, juntos há oito anos, compartilham a paixão pelo mundo artístico: ele é palhaço, monociclista e malabarista, e ela atua como produtora cultural e se define como “atriz não praticante”.

Os dois viveram uma São Paulo efervescente, nas décadas de 1990 e 2000, com espaços dedicados às artes borbulhando em cada esquina. Hoje em dia o cenário não é mais o mesmo. “Todos foram fechando, porque é muito difícil manter espaços como esse. A gente tem noção da encrenca em que estamos nos metendo”, comenta Cafi, que alimentava o sonho de abrir um espaço dedicado ao circo há muitos anos. “Mas lugares como o Circo Caju são necessários, porque as novas gerações não têm mais onde experimentar”, lamenta.

Um ano de reformas

Com a missão de restaurar os pontos de encontro artísticos da capital paulista, o casal mergulhou de cabeça na empreitada. Cafi e Juliana compraram um sobrado antigo e destruído na Rua Lavradio, lar de uma acumuladora compulsiva. “Parecia um cenário de filme de terror. Tinham animais mortos e até um boneco de Papai Noel”, lembra Cafi. Apesar do aspecto “desesperador”, nas palavras do palhaço, a localização boa, perto do metrô e do terminal de ônibus, a construção histórica e o pé-direito ideal (7 metros, para viabilizar as acrobacias aéreas), fizeram com que eles decidissem abraçar a empreitada.

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o novo espaço: estrutura mantida aproveitando tijolos, vidraças, portas e janelas (Roberto Setton/Divulgação)
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A dupla encarou o desafio de manter ao máximo as estruturas históricas, reaproveitando tijolos, vidraças, portas e janelas. “A gente queria muito respeitar a história deste lugar. Porque faz parte do circo contar histórias, e respeitar quem veio antes”, explica Cafi Otta.

Após um ano de reformas, o entulho se transformou em uma charmosa e excêntrica casa, com janelas desiguais, vidros descombinados, amarradas por toques de vermelho onipresentes. A fuga do padrão, tão cara ao circo, também tem motivos ecológicos e econômicos. Pensando em poupar dinheiro e promover sustentabilidade a partir do reúso, Juliana e Cafi montaram quase todo o espaço só com doações de amigos e familiares. “Fizemos uma postagem pedindo colaboração dos nossos seguidores”, conta a produtora. Conseguiram quase tudo de que precisavam em vinte minutos.

Além do espaço para apresentações, com capacidade para cerca de sessenta espectadores, o Circo Caju também conta com um jardim com plantas comestíveis, uma área de convivência, na qual são vendidos produtos como café, cerveja e pipoca, e um escritório, onde Juliana planeja montar um hub de ideias para a classe artística.

Apesar do fechamento de espaços culturais pela cidade nas últimas décadas, a dupla está otimista quanto ao sucesso da casa. “A internet causou uma série de doenças, e agora as pessoas estão buscando lugares onde possam se conectar”, reflete Juliana.

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Programação de novembro

› 7/11 (sexta), 19h.

Cabaré Circo Caju, com Rhena de Faria, Ricardo Rodrigues, Cafi Otta, Trupe Baião de Dois, Rubia Neiva, Vicky e Greta e Julia Barnabé

› 8 e 9/11 (sábado e domingo), das 10h às 18h.

Oficina de malabares com Craig Kuat e Mamute

› 14/11 (sexta), 19h.

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Cabaré Circo Caju, com Lu Lopes (Palhaça Rubra), Carol Bahiense, Diogo Granato, Federal, Cafi Otta, Gutto Thomaz e Trevo

› 17, 19, 24 e 26/11 (segundas e quartas), das 19h às 22h.

Oficina Caravana Tapioca

› 28/11 (sexta), 19h.

Cabaré Circo Caju, com Montanha, César Lopes, Cafi Otta, Hernani Albuquerque, Luiza Bernat, Bel Mucci, Dri Telg, Otávio Fantinatto, Ju Lazzari, Luka Iankitchi e Vicky Roman

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Circo Caju. Rua Lavradio, 404, Barra Funda. Mais informações em @circocaju.

Publicado em VEJA São Paulo de 7 de novembro de 2025, edição nº2969.

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