Artista dá cor a fotografias antigas, de retratos a cliques de São Paulo
Em apenas um trabalho do publicitário Reinaldo Elias, podem existir mais de cinquenta camadas de tons

O publicitário paulista Reinaldo Elias, 54, navegava pela internet por volta de 2010 quando foi surpreendido pela famosa fotografia do beijo entre um marinheiro e uma enfermeira, em Nova York, em comemoração do fim da II Guerra Mundial. O clique, originalmente em preto e branco, havia ganhado cores. “Levei um choque e fui atrás dessa técnica”, lembra.
Ele se debruçou nos trabalhos de artistas internacionais especializados, como o americano Dana R. Keller e a russa Olga Shirnina. Passou a colecionar registros antigos e arriscou-se a colori-los com o uso do Photoshop. O que começou como hobby em um mercado pouco explorado cresceu e tornou-se um negócio. “As pessoas me procuram com fotos dos pais, lugares da cidade e casamentos”, conta.
Sua página do Facebook, com 20 000 seguidores, chamada de Colorizando o Passado e lançada em 2015, virou espaço de divulgação de seus serviços, que costumam demorar de duas a seis horas para ser realizados. Sejam retratos familiares, sejam memórias de guerra, suas cores são escolhidas a dedo.
Em apenas uma imagem, podem existir mais de cinquenta camadas de tons. “Trata-se de um documento, e não podemos adulterá-lo. O profissional deve chegar o mais próximo possível da realidade.” Elias faz uma pesquisa sobre a época em questão, buscando referências e depoimentos. “A colorização não é uma inimiga das fotografias em preto e branco, o mundo já era colorido antes”, rebate as críticas à técnica.
Confira alguns de seus trabalhos:








Publicado em VEJA SÃO PAULO de 22 de janeiro de 2020, edição nº 2670.