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‘Closer’ ganha montagem em São Paulo prometendo inquietar corações

Com Rafael Lozano, Larissa Ferrara, Marjorie Gerardi e José Loreto, temporada começa neste domingo (15) no Teatro Vivo

Por Tomás Novaes
13 jun 2025, 06h00
Rafael Lozano, Larissa Ferrara, Marjorie Gerardi e José Loreto: o elenco da nova montagem de 'Closer'
Rafael Lozano, Larissa Ferrara, Marjorie Gerardi e José Loreto: o elenco da nova montagem de 'Closer' (Heloísa Bortz/Divulgação)
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Um “quadrado amoroso” repleto de desejo, traição e vaidade. Fortes emoções vão rolar no palco do Teatro Vivo na temporada de Closer, que estreia neste domingo (15) e fica em cartaz até 27 de julho.

Na inédita montagem, José Loreto, Larissa Ferrara, Marjorie Gerardi e Rafael Lozano dão nova vida ao texto do dramaturgo inglês Patrick Marber, que estreou no teatro e ficou conhecido mundialmente pela adaptação cinematográfica de 2004, dirigida por Mike Nichols e estrelada por Natalie Portman, Clive Owen, Julia Roberts e Jude Law.

A trama acompanha quatro personagens em uma rede de atração e mentiras, com reviravoltas entre o escritor Dan, a stripper Alice, a fotógrafa Anna e o dermatologista Larry. “Sou muito apaixonada pelo filme, decidi pegar os direitos e fazer. Queria falar sobre as relações, esse sentimento do amor que explode e excede, o limite da traição, tudo que vivemos: se apaixonar, trair, querer voltar, se arrepender, machucar, ser machucado. É uma peça que conversa com todo mundo”, diz Marjorie, que vai encarnar o papel de Anna.

A icônica peruca rosa de Natalie Portman no filme: nova montagem do texto estreia no Teatro Vivo
A icônica peruca rosa de Natalie Portman no filme: nova montagem do texto estreia no Teatro Vivo (Reprodução/Reprodução)

A ideia da encenação começou a ser desenhada há três anos pela atriz e por Larissa, que vai interpretar Alice. O retrato cru sobre as relações amorosas que o texto ilustra parece fazer dele atemporal — difícil não se identificar com o que será apresentado no palco. “Hoje vivemos uma liberdade maior, temos outras formas de relacionamento, e a peça fala sobre amor, obsessão, desejos reprimidos, carência, isso nunca vai ficar velho. Estou muito curiosa para ver a reação do público”, acrescenta Larissa.

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O cenário, desenhado por Bruno Anselmo, vai misturar projeções e painéis que se desdobram em diferentes ambientes. “É muito geométrico, algo entre o neoconcretismo e a arquitetura brutalista. Temos dezesseis configurações diferentes ao longo da peça, nenhuma se repete. E serão projetadas imagens pré-gravadas dos atores, brincando com presente e passado, ficção e realidade, como uma segunda camada do que acontece no palco”, explica o diretor Kiko Rieser, para quem montar esse texto é mexer num “vespeiro”.

“Inclusive para nós, os artistas envolvidos, várias relações foram postas em cheque no processo, mas, no fim, todas sobreviveram. A gente vai tocando em algumas feridas mesmo e se identificando. Minha tese é que cada pessoa vai se identificar com um dos personagens”, aposta Kiko.

O texto original estreou em Londres, em 1997, e chegou a ser adaptado no Brasil em 2000, antes do filme, com direção de Hector Babenco e quarteto formado por Marco Ricca, Guta Stresser, José Mayer e Renata Sorrah. “A peça permanece atual e acho que vai continuar por muito tempo. Ela fala sobre tudo que envolve um relacionamento, carências, projeções, ego, vaidades, fragilidades. O amor é o disparador, mas a obra se aprofunda muito nas relações”, diz o encenador.

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“Intenso” foi a palavra mais usada pelos atores para descrever o processo de criação, com sete semanas de ensaios. “Temos convivido bastante, trazido essa intimidade, o que tem nos aproximado. É quase uma imersão, tem dias que começamos de manhã, vamos até a noite e voltamos cedo. Cansativo, mas estamos felizes com o resultado que estamos alcançando”, diz Rafael, que viverá Dan.

“Está sendo muito rico e lindo, o tempo curto acelera os processos e a criatividade. Estamos muito unidos, de mãos dadas, olhos nos olhos, e isso vai transparecer no palco”, afirma José Loreto, que será Larry. Após uma série de trabalhos na televisão e no cinema, é a primeira peça do ator carioca em sete anos — e sua estreia em palcos paulistanos.

“Me interessou muito falar desses conflitos, coisas que todo mundo passa, eu passo — várias vezes a gente brinca: ‘Quem está falando é Larry ou Larreto (risos)?’. Acho que o texto comunica mais hoje em dia do que na época, e é muito interessante ver como cada personagem age à sua maneira para situações parecidas”, comenta.

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Um dos temas levantados pela história é a dualidade entre verdade e mentira. “Sinto que o real problema da peça acontece quando um personagem é sincero”, diz Larissa, revelando que, durante os ensaios, foi composta uma música autoral que será cantada por sua personagem, Alice. “Ela deixa o questionamento: será que a verdade é tão importante mesmo quando ela vai acabar com o outro? Sinto que o autor pensou muito nisso quando escreveu o texto. A mentira está aí para a gente sobreviver, na sociedade, nas relações, até com a gente mesmo”, diz.

É certo que a história inquieta corações — e com a nova produção não deverá ser diferente. “Escutei uma galera falar: ‘Não vou com o meu companheiro, vai dar briga (risos)’. Porque dialoga, né? As pessoas vão sair do teatro e conversar sobre suas experiências e trajetórias. Na preparação a gente trouxe muito material pessoal nosso, esses sentimentos vão ser eternos, sempre terá uma discussão sobre, e eu queria muito trazer isso à tona”, diz José Loreto. ■

Teatro Vivo. Avenida Doutor Chucri Zaidan, 2460, Morumbi, ☎ 3430-1524. Qui., sex. e sáb., 20h. Dom., 18h. R$ 45,00 a R$ 120,00. Até 27/7. 16 anos. bileto. sympla.com.br.

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Publicado em VEJA São Paulo de 13 de junho de 2025, edição nº 2948

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