Comédia ‘Amigos Inseperáveis’ mostra fuga do tédio aos 70 anos
Os veteranos Al Pacino, Christopher Walken e Alan Arkin se encontram em uma fita irresistível para quem já passou dos 60
Embora a grande estreia da semana (em número de salas, note-se) seja a aventura de fantasia infantil Oz — Mágico e Poderoso, os cinemas reservaram um espaço para duas produções endereçadas aos, digamos, bem mais adultos. As comédias O Quarteto e Amigos Inseparáveis aproveitam a experiência de bons atores mais velhos e os trazem novamente à posição de protagonistas em temas comuns à terceira idade. São filmes que, claro, podem ser vistos por pessoas de qualquer faixa etária, mas que ficam irresistíveis para quem já passou dos 60.
Christopher Walken (69 anos) interpreta o pacato Doc, que abandonou a vida bandida e, agora na velhice, se dedica a pintar quadros. Saudoso de Val (Al Pacino, 72 anos), seu antigo parceiro, vai recepcioná-lo na saída da cadeia após uma “estada” por lá de 28 anos. Val foi condenado por ter matado um garoto e, agora, quer tirar o atraso — em todos os sentidos. Doc tem segundas intenções no reencontro.
O roteiro se passa praticamente numa noite e flagra as farras da dupla. Entre as travessuras dos vovôs, há paradinhas em bordel, invasão de farmácia para roubar Viagra e paqueras de Val na cara dura. Eles ainda ajudam o colega Hirsch (Alan Arkin, 78 anos) a fugir de um asilo mesmo sabendo de seu enfisema pulmonar. Felizmente, o humor jamais os ridiculariza por causa da idade avançada. Pelo contrário. Apesar das limitações físicas, o trio não deixa a peteca cair nos quesitos ousadia, coragem e charme — Pacino, que parece estar, à custa do personagem, ligado no 220, faz até uma espécie de homenagem a Perfume de Mulher ao tirar uma moça para dançar num night club. Ele e os demais provam que a vida aos 70 também possui lá suas vantagens.
AVALIAÇÃO: ✪✪✪