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“Casar em casa foi uma celebração de amor”, conta Dudu Bertholini

Diário da Quarentena: o casamento do estilista Dudu Bertholini teve festa on-line para 200 convidados e tenda de lençol

Por Dudu Bertholini, 40 anos, em depoimento a Tatiane de Assis
Atualizado em 12 jun 2020, 19h10 - Publicado em 5 jun 2020, 06h00

“Eu e Gama Higai nos casamos no dia 24 de maio, em casa, quando celebramos um ano de namoro. Nossa amiga Carla Machado, que está passando a quarentena conosco e com quem brincamos dizendo ser o terceiro elemento do casal, fez a tenda com três pregos, lençóis e pedaços de tecido. Tivemos ajuda do André Carvalhal também na construção do roteiro da cerimônia, que foi transmitida ao vivo, em uma sala virtual, para mais de 200 convidados. Teve performances de várias amigas, como a Bianca Exótika, a Luiza Lian e a Amber Joy, que mora nos Estados Unidos. Tinha também gente do Rio, da Itália… Rolou depois a festa on-line, que pegou fogo. Meu vestido de “noive” foi um cafetã, parte da coleção que desenvolvi para a Scarf Me. Meu marido estava com um blazer vintage dos anos 80 e uma calça branca da Amapô. Estávamos os dois descalços.

Dudu Bertholini e Gama Higai com o gatinho do casal: casamento on-line para mais de 200 convidados (Divulgação/Divulgação)

Foi uma celebração do amor e do real, sem invisibilizar a dor que nos cerca. Casamos quase uma semana depois do 17 de maio. Foi nessa data, em 1990, que a Organização Mundial da Saúde “despatologizou” a homossexualidade. Ainda estamos em um momento muito complicado, com esse desgoverno, mas a cerimônia que fizemos, de algum modo, reforça a mensagem da importância do isolamento social. Não entrou ninguém aqui para nos ajudar e tudo que pedimos foi higienizado. Ouvimos falar de muitos casais que estão brigando durante este período. Aqui tem sido diferente, o relacionamento se fortaleceu muito.

(Divulgação/Divulgação)

Começamos nossa jornada na quarentena no dia 15 de março. Não tivemos muito tempo para nos preparar. Fomos pegos de surpresa do mesmo jeito que a maioria. Dia após dia, passamos a entender mais sobre o vírus e os protocolos de saúde necessários. Eu trabalhava pouquíssimo em casa, acho que nunca tinha ficado mais que 48 horas aqui. Foi um baque, já que eu estava sempre viajando e indo a reuniões fora. Com o isolamento social, repensei meus hábitos e minha rotina. Eu me perguntei sobre o sentido das palavras “suficiente” e “necessário”, sem deixar de pensar que isso muda muito quando a gente reflete sobre as diferentes realidades que nos cercam e na desigualdade social.

(Divulgação/Divulgação)

Também me perguntei sobre minha agenda presencial: eram necessários tantos deslocamentos? Gastam-se muita energia e dinheiro nisso, afora o impacto no meio ambiente. Até a quarentena, tinha participado de duas lives na minha vida, agora já fiz várias e me habituei. Além disso, estou consumindo mais conteúdo digital. Acho que o que a gente tem hoje não são mudanças, mas a aceleração de processos que já vinham acontecendo, como a busca por uma moda mais sustentável. Um susto que a gente levou já nos primeiros dias foi o adoecimento do nosso gato. Ele foi diagnosticado com uma doença crônica chamada tríade felina, e teve de fazer cirurgia. O veterinário fica perto do nosso apartamento em Higienópolis, mas não tanto assim para irmos a pé. Agora ele está superbem, mas vai ter de tomar medicação ao longo da vida. No final, acho que ele está achando bom essa quarentena porque, antes, eu não ficava tanto em casa. Agora ele me tem todos os dias. Ou melhor, nós nos temos.”

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O estilista: de máscara, recomendação de proteção durante a pandemia (Divulgação/Divulgação)

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 10 de junho de 2020, edição nº 2690.

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